O clássico São Paulo e Santos já é natural gerador de notícias, de polêmicas, discussões, jogo de grande rivalidade e história. O último confronto, no último domingo, não foi diferente; o Santos, mostrando mais uma geração de meninos da Vila, talentosos e atrevidos, como é de sua tradição, e o São Paulo, com seu futebol pragmático e eficiente, que tantas conquistas lhe tem rendido nos últimos anos. Pênalti com paradinha, boas chances de gol e, por falar em gol, a genialidade de Robinho, nessa volta ao Santos visando estar em forma e convocável para a Copa na África do Sul.
Tudo dentro de campo favoreceu o bom produto futebol, imponderável, bom jogo, ídolos em campo, mas fora dele velhos problemas insistem em aparecer.
O jogo foi na Arena Barueri, que se não prima pelo tamanho e capacidade, é uma das arenas mais novas e modernas do país.
Porém, circula pela Internet um video, de aproximados quatro minutos onde um amontoado de torcedores santistas, sob o calor infernal da tarde de domingo último, tenta comprar, de um vendedor ambulante, um simples copo de água, isso mesmo, água.
Como já escrevemos a respeito, a preocupação do profissional de marketing deve passar pela melhor configuração de serviços prestados ao torcedor, para isso, as variáveis pessoas, processos e apresentação devem entrar como componentes do marketing mix. Mas parece que o dirigente do futebol pensa que o torcedor gosta de ficar com sede e apertado, o resultado disso são os estádios vazios que só enchem quando há ações de preço; produto que só vende quando o preço é baixo não pode ser considerado um bom produto.
Alguns depoimentos ,à improvisada filmagem, sinalizam que alguns torcedores chegaram a demorar uma hora para comprar um copo de água; ora, não estamos falando de lanches elaborados e sofisticados a se saborear em mesas amplas sob ar condicionado, estamos falando de água. Em outros momentos da filmagem, viam-se corredores lotados de torcedores, sabemos o quão inseguro isso pode ser.
Do fato vem um recado, de nada adianta construir arenas modernas e de acordo com os padrões da FIFA, se os serviços ao torcedor continuam sendo providos por estruturas amadoras, informais e precárias.
Todos parecem desejar os financiamentos do BNDES, das prefeituras para construir monumentos aos reinados de políticos e dirigentes, mas de nada adianta construir essas pirâmides egípcias sem investir em estruturas de processos e serviços para melhorar a vida do torcedor.
Sem o bom atendimento, ou pelo menos o mínimo, prestado ao torcedor desde a compra do ingresso até o esvaziamento da arena no pós jogo, será bem complicado remunerar os investimentos nas novas arenas.
Com a palavra os donos da arena, o mandante do jogo e o Ministério Público.
Come to the World Cup.
Dawid, I wish I could. Thanks anyway, have a glass of Nederburg Twenty10 for us.
By: Dawid van der Walt on 9/fevereiro/2010
at 5:55 pm