Na 13.a rodada do Campeonato Espanhol o Sporting Gijón recebeu o Sevilla em Gijón, cidade importante da região de Asturias, é de lá que vem minha família, hoje espalhada pelos quatro cantos do mundo. Tenho uma ligação muito forte com a região, familiares são sócios-torcedores do Sporting, que é um dos times mais tradicionais da Espanha embora a olhos externos, seja até um time pequeno.
Antes da partida, houve uma batalha campal entre os ULTRA BOYS, facção organizada que se diz “torcedora” do Sporting e suas contrapartes “sevillistas”; o bairro de La Arena se transformou em uma praça de guerra e o resultado da brincadeira foi uma dúzia de feridos, um forte intervenção da Polícia Nacional, prisão e identificação de sessenta e sete torcedores dos dois times.
Como contraponto, quando o Sporting de Gijón visitou La Coruña, pela mesma Liga, um grupo de seis mil torcedores do Sporting foi até a cidade galega onde se organizou um evento de confraternização entre as torcidas com um festival cultural e gastronômico, igual evento se planeja para o jogo da volta. Nada de dizer que é coisa de primeiro mundo nem nada, gente civilizada se confraterniza por meio do esporte em qualquer lugar do mundo, é só querer, desarmar o espírito e curtir.
O jogo onde houve o conflito foi na rodada de 12/13 de Dezembro, pois bem…pouco mais de vinte dias depois, a Comissão Anti-violência da LFP, propôs multar cada um dos sessenta e sete torcedores identificados em sessenta mil euros cada um, totalizando mais de quatro milhões de Euros; multa individual, pessoa física mesmo; as reações na Espanha são de apoio às medidas e contra os Ultras, de ambas as partes. Não conheço o sistema judicial espanhol, apesar de também ser cidadão de lá, mas de certo há como aplicar a sanção; vai doer no bolso um bocado, não é porque a Espanha fica na Europa e tem indicadores sociais de primeiro mundo que qualquer um tem sessenta mil Euros para gastar em uma multa, são quase cento e cinquenta mil reais, pode crer que tem gente que vai precisar renovar a hipoteca da casa onde mora.
Se a moda pega….não precisaríamos nem de CPMF nem de TIMEMANIA aqui no Brasil, e o leitor, que pensa da medida ? Justa ? Excessiva? Resolve?
Eu pessoalmente gostei, afinal quando eu, embora raramente, tomo multa de trânsito, não tenho como recorrer botando a culpa no radar, nem na sociedade, sistema, alinhamento dos planetas…
E se esses torcedores não pagarem a multa, o que irá acontecer? Cadeia?. Na minha opinião nada irá acontecer.
Marcell, é possível que não aconteça mesmo, já que é uma proposta da Comissão e não ainda uma sentença judicial inconteste.
Certamente, porém, essas pessoas serão processadas e acusadas tendo seu amplo direito à defesa posto o Estado Espanhol ser um país democrático e de instituições sólidas, porém, se não serão os 60 mil Euros ao menos abre-se o caminho para alguma punição, o que certamente vai deixar uma fazenda de pulgas atrás da orelha de quem pensa em fazer bagunça no entorno dos espetáculos esportivos.
Abraços,
Robert
By: Marcell C. on 6/janeiro/2010
at 8:21 pm
Rapaz, as cidades daquela região são lindas,(região ótima para velejar) não é de se estranhar que vivem abarrotadas de turistas, mas voltando ao assunto violência no futebol devo concordar que medidas extremas devem ser tomadas para combater os infratores.
Acredito que o modelo inglês seja o mais eficiente adotado nos campos europeus.
Há um protocolo rígido para assegurar o bem estar do torcedor que frequenta esses espaços, independente da incidência de casos, sejam eles altos ou baixos sempre estarão fazendo o mesmo para garantir que não haja incidentes.
Poderíamos citar os exemplos das ligas americanas, um exemplo que foi até adotado pela Premier League é da elitização dos ingressos, não foi diferente com o New York Knicks.
O popular time de basquete daquela cidade encareceu seu ticket médio para se ver livre dos fanáticos e baderneiros torcedores do Bronx.
Essa é só uma entre tantas medidas que podem ser tomadas para evitar confusões em eventos esportivos , a discussão é ampla.
Abraços
Ricardo, obrigado pela participação, comentário e pelos elogios à “terrinha” de minha família.
Acredito que o problema de violência deva ser combatido com inteligência e sem paternalismo para com seus vetores.
As regras que coibiram a violência na Inglaterra, por exemplo, se deram muito mais na arquitetura de serviços e no rigor das punições que o aumento de preço dos ingressos, que veio na minha opinião, do robustecimento do produto futebol como um todo.
Mesmo caso para os Knicks, quando o produto ganhou mais corpo e passou a ser visto por todos como opção boa e segura de entretenimento, a velha lei da oferta e demanda, que deveria ser quase uma lei da física tão inexpugnável que é, se encarrega de convergir os preços, não é?
Abraços,
Robert
By: Ricardo on 6/fevereiro/2010
at 6:19 pm
Come to South Africa. Open Site thru windows.
By: Dawid van der Walt on 9/fevereiro/2010
at 6:00 pm
A violência de nada serve no futebol ou em qualquer outra parte, as pessoas têm de se mentalizar disso mesmo
By: José on 27/maio/2010
at 6:24 am