Publicado por: João Frigerio | 30/abril/2009

Patrocínio banalizado

O Corinthians acaba de anunciar mais um patrocinador para ser estampado em sua camisa, para a decisão do Campeonato Paulista. Dessa vez a marca do parceiro será exibida nos ombros do uniforme.

Essa notícia só vem confirmar uma recente tendência do futebol mundial (não só nacional): as camisas de clubes de futebol, mesmos os tradicionais, assemelham-se cada vez mais aos macacões de equipes de Fórmula 1. Mantos que outrora eram referidos como ‘sagrados’, hoje apresentam uma penca de patrocínios que fazem cada vez mais difícil alguém distinguir quais são mesmo as cores desse ou daquele clube.

Poucos anos atrás, times como o Brasiliense eram motivo de chacota por apresentar uma camisa que mais parecia uma página de classificados. Hoje o mesmo caminho é seguido por grandes clubes do futebol brasileiro e internacional.

Hoje, clubes levam marcas de anunciantes no peito, nas costas, nas mangas, nos ombros, nos calções, nas meias, e onde mais sobrar um espacinho.

Eu entendo que os clubes estão afundados em dívidas e que, muitas vezes, qualquer trocado ajuda a pagar alguns salários atrasados, mas será que esse excesso de propaganda nas camisas é benéfico para o clube ou mesmo para o anunciante? Será que deveria haver algum tipo de regulamentação e limites para propaganda nos uniformes dos times (ao menos para competições como a Série A do Brasileiro e a Libertadores)? Se sim, de onde deveria partir essa regulamentação: CBF ou clubes (Clube dos 13)?

Neste primeiro post, eu gostaria apenas de propor um debate sobre o assunto. E antes de ouvir os comentários dos leitores do F&N, aqui vai um pouco mais de informação sobre o assunto.

Hoje não existe qualquer regulamentação da CBF sobre o assunto a respeito de número de anunciantes no uniforme, tamanho dos logotipos etc. (ou seja, um time pode fazer praticamente o que bem entender). A regulamentação existente é ainda a das Normas Orgânicas – NOFB – e está completamente superada pelo tempo e pelo uso. Basicamente, as restrições existentes se referem a propaganda de tabaco, bebidas alcoólicas etc.

Na Europa, as regulamentações variam bastante de país para país. Por exemplo, em Portugal ou na França os logotipos de patrocinadores podem ser maiores do que é permitido em países como Itália ou Inglaterra.

As regras mais restritivas são impostas pela Uefa, para competições européias (Champions League e Uefa Cup).

Por exemplo, só é permitido um anúncio de patrocínio na camisa (só na frente) com tamanho máximo de 200 cm2. Não é permitido propaganda nas costas, mangas, shorts, meias, e, além disso, dois clubes não podem se enfentar tendo a mesmo patrocínio na camisa! Se duas equipes que vão se enfrentar tem o mesmo patrocínio, uma delas deve trocar e jogar com um outro ‘produto’ estampado na camisa (normalmente, do mesmo fabricante).

Veja as regulamentações na Champions League e na Uefa.

O que acontece lá é que times da França e da Europa tem uniformes completamente diferentes para competições domésticas e européias. Na Itália e na Inglaterra, as equipes das divisões principais normalmente seguem as normas ‘européias’, embora os regulamentos das ligas permitam que os times tenham mais patrocinadores em seus uniformes.

Na Itália, o regulamento é quase idêntico ao da Uefa. A diferença fundamental é que os clubes podem ter até 2 patrocínios diferentes no peito da camisa (mas o limite de 200 cm2 continua).

Veja como funciona no Calcio.

Na Inglaterra, onde todas as equipes da Premier League seguem os padrões Uefa, por incrível que pareça, o regulamento é muito mais liberal. Lá, os clubes poderiam ter propaganda nas costas, shorts e meias… Mas não o fazem. Eu me pergunto, por quê?

Veja as regras na Premier League e na Football Association.

A quem interessa haver restrições de patrocínio? Você gostaria que o ‘manto sagrado’ do seu time fosse protegido de tal ‘promiscuidade comercial’? Ou tal regulamentação seria apenas uma barreira para que os clubes conseguissem levantar algum dinheiro? Poderia tal regulamentação na verdade ‘valorizar’ as camisas de grandes clubes do Campeonato Brasileiro???

Acho que todos concordam que é muito mais bonito ver um jogo em que os times tem apenas um patrocinador (no peito) e nada mais. Nas costas, somente o número e o nome do jogador… Mas seria isso aplicável à realidade do futebol brasileiro?

O debate está aberto!!!


Respostas

  1. O ideal é que as camisas seguissem o padrao ingles.

    Patrocinio só na frente.

    Atras o número grande e o nome em letras proporcionais.

    Venderia iguai agua.

    Eu compro uma camisa do SP a cada dois anos, as vezes uma por ano, ou uma de jogo e uma especial.

    Mas se fossem como na europa, eu compraria duas por ano, dos jogadores que mais gosto.

    Como a camisa é igual, só preciso de uma pra representar o meu time.

  2. E, infelizmente quem está no comando dos grandes clubes e da CBF não estão interessados em regulamentar os patrocínios nas camisas…E lamentável, e por essas e outras que fico cada vez mais desiludido com o futuro do nosso futebol…

  3. Eu acho que o patrocínio tem que ser somente na frente e atrás da camisa. Seria um patrocínio único. Tá na hora dos clubes aprenderem a ganhar dinheiro de outra forma. Um time como o corinthians com pelomenos 10 milhões de pessoas dispostas a comprar produtos oficiais não pode fazer isso. Acredito que cada produto devia ter três versões, uma econômica, uma classe média e outra luxuosa. Cada um compraria a que desse e ficaria feliz!

  4. É uma questão de cuidado com sua marca.
    No Brasil, o marketing nos clubes de futebol ainda engatinha. Em todos eles, mesmo nos que estão melhor. O olhar é sempre imediato e financeiro.

  5. Acho que isso teria que partir do próprio clube (mas não vejo problema da confederação nacional fazer a regulamentação), patrocínio para mim, só na frente e na manga no máximo algo pequeno, estilo fast shop ou habibs que o SPFC já teve.

    PS: Esse Bozzano na manga acabou com a camisa do Corínthians…

  6. Nao adianta chorar pelo q administracoes passadas nao fizeram!!! O tal do”SE”…nao entra em questao…O q esta feito esta feito…e nada muda isso…o importante e’ o PRESENTE!!!! Isso sim e’ q mudara o FUTURO!!!
    E’ obvio q se colocar patrocinio apenas na frente da camisa e’ mt mais bonito,limpo e tradicional!
    Isso nao tem discussao…
    Tbem gostaria q fosse assim…
    Mas temos q entender uma coisa mt importante:
    Nao podemos nos comparar a mercados ricos como o mercado ingles…onde o torcedor compra uma camisa a cada 6 meses…alem de adquirir uma infinidade de produtos…como bolas…bolsas…posters…canecas…enfim…uma vasta gama de produtos!
    Vivo na Inglaterra a 6 anos e sei do q to falando…
    E outra coisa importante: o torcedor Ingles ganha em media 500 libras por SEMANA!
    DUAS MIL LIBRAS por MES!!!
    A camisa de seu clube custa em media 50 libras!!! 50 LIBRAS…
    O poder de compra nao se compara com o nosso…..
    Nosso torcedor NAO GASTA assim!!! NAO PODE gastar assim!!! Por varios motivos…principalmente pelo baixo poder de compra do nosso I-REAL!!!
    Sabemos q camisas “abarrotadas” de patrocinio vao contra a beleza “Limpa” de nossas antigas camisas.
    Sabemos q tradicao e historia sao preciosidades a serem preservadas…
    Sabemos q naos devemos ter um olhar imediato e financeiro…
    Mas…na hr de Pagar as Contas…o Clube precisa de Recursos!!!
    E cada Diretoria…nesse momento….precisa encontrar meios de honrar seus compromissos!!!
    “Credibilidade se faz com Contas em Dia!!!”
    A curto e medio prazo…acho essa proposta interessante…ate’ q o Clube em questao se organize…se estruture…e num Futuro Proximo…nao precise mais desse tipo de captacao de recursos!!!
    Mas…pra ter Futuro…o Clube Grande…e Estruturado…do “Amanha”…
    Precisa pagar suas contas HJ!!!
    E em dia…com Ctz!!!
    PAGAR CONTAS EM DIA E’ FUNDAMENTAL PRA ESTRUTURACAO DE QUALQUER CLUBE…
    SEJA ESTRUTURACAO MORAL OU FINANCEIRA!!!
    PAGANDO SUAS CONTAS…O CLUBE…
    SE REESTABELECE COMO UMA INSTITUICAO HONRADA!!!
    E ISSO SIM…REALMENTE….
    MERECE APROVACAO!!! E DEDICACAO…
    Assim a camisa POLUIDA de Hj….podera ser…
    A CAMISA LIMPA (E LINDA) DO AMANHA!!!

  7. Acho que a prioridade é contas em dia, depois a estética. Vejamos o caso do Corinthians. Se encontrasse um patrocinador disposto a pagar, digamos R$ 40 Milhões/ano, para ser exclusivo e único, ótimo negócio, agora se não encontrar quem pague isso sozinho, terá de “fatiar” a camisa, até que as empresas entendam que a exclusividade de marcas como São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Inter, Cruzeiro, etc, se bem exploradas, valem muito a pena, os clubes devem sim buscar o máximo por suas marcas. Quem quer pagar menos, que esteja disposto a dividir sua marca com outras. A prioridade, repito, é que os clubes brasileiros aumentem seu arrecadamento de todas as formas para que possmos ter grandes times disputando um campeonato forte, equilibrado, cheio de craques e atrativo para televisão e anunciantes.

  8. É interessante essa questão dos patrocínios e, apesar de grande parte das pessoas acreditarem que a diminuição do número de patrocinadores diminuiria a arrecadação dos clubes, não é necessariamente verdade..
    É, na verdade, uma quebra de paradigma.. veja bem como é a regulamentação do Champions League.. Somente é permitido 1 único patrocinador na camiseta, nenhum em meias e calções.. no entanto, é permitido a marca do patrocinador de material esportivo..
    Então, vejo que o que aconteceria é o aumento dos valores pagos pelos patrocinadores gerais e, também, o por parte dos patrocinadores de material esportivo.
    Ok, isso seria perfeito.. mas se o futebol brasileiro já está pronto para esses valores elevados?! acho que ainda não.. o marketing dos clubes e das federações ainda está longe do ideal.. sem falar da falta de estrutura e organização dos mesmos..
    Vejo isso como uma possibilidade futura (e que deva partir da CBF ou mesmo de um esforço do clube dos 13), mas ainda é cedo para forçar uma mudança tão grande nos clubes.. infelizmente..

    Agora.. lembrei de outra.. já não passou da hora de se exigir número fixo em todas as competições realizadas no Brasil???

  9. Administrar um clube de futebol não é dificil, mas sim muito trabalhoso.
    Como torcedor sou contra esses inúmeros patrocinios, no entanto me colocando como dirigente entendo perfeitamente, ainda mais no Nordeste, onde os clubes não são valorizados pelas empresas locais.
    Para você ter uma ideia uma empresa do RN deixou de patrocinar os clubes daqui pra patrocinar o Vasco.

  10. Fora que o logo da Batavo está gigante na camisa. Creio que nem precisava tanto.

  11. Realmente essa prática evidencia a falta de criatividade dos clubes brasileiros na busca de alternativas para gerar receita.

    As franquias da NFL, NBA e MLB, são riquissimas e os times não expõem nenhum patrocínio. Times como o Boston Celtics e o NY Yankees não trocam o layout do uniforme há décadas. Isso, na minha visão reforça a marca, o que obviamente valoriza o produto. A camisa de jogo de um time da NBA custa 190 dolares (existem outros modelos oficiais, mas sem ser de jogo).

    Abraços

  12. Sem duvida o que disse escreveu o POLIDORO é, na minha opinião, uma verdade impar, não ha como se ter comparação de nosso mercado, como mercado americano, mercado europeu, principalmente se levermos em consideração o estado precario de nossos “grandes” clubes.

  13. Julio,

    Permita-me discordar de voce

    As franquias da NBA, ou os grandes times europeus, são marcas mundiais. Eles não ganham apenas em seus países, mas sim no mundo inteiro. Criar alternativas contra a pirataria também é útil, para que os clubes brasileiros arrecadem mais.

    O incremento nas receitas, pode causar a manutenção dos grandes craques, o que valoriza o produto e traz mais capital pro futebol brasileiro, criando um ciclo virtuoso.

    Abraços

  14. O grande problema é pagar as contas e se pra isso é preciso colocar patrocinio até nas cuecas, nos ônibus que levam os atletas e até nos sites oficiais então acredito que está tudo bem.

  15. Humm…

    O Corinthians, hoje, recebe o DOBRO do segundo mais bem pago, no que diz respeito à remuneração por propaganda em camisa.

    E agora querem falar em “patrocínio banalizado” e em estética das camisas???

    O Corinthians foi um dos últimos dos grandes clubes brasileiros a aderir aos patrocínios nas mangas. E nunca recebeu qualquer elogio por isso.

    No começo do ano, o Corinthians ficou algum tempo sem patrocínio algum na camisa, e chegou a ser criticado por esse fato. Tal como havia ocorrido no início da parceria com a MSI, aliás.

    Fica a impressão que, em se tratando de Corinthians, os fatos que deveriam provocar elogios suscitam críticas e questionamentos. E vice-versa.

  16. Nesse caso quantidade não é qualidade, mesmo! Acaba até desvalorizando o patrocinador principal, que paga por um espaço que seria (ou deveria ser) privilegiado. Mas, no caso do Corinthians por exemplo, até que ponto a exposição da Batavo será maior que a da Bozzano? Perde a marca do clube que fica sujeita a este verdadeiro rateio que ignora até os segmentos das empresas, algo que patrocinadores e clubes já tentam reverter como se pode obrservar na parceria LG-Fast Shop no São Paulo, modelo que pode se repetir entre a rede de eletrônicos e a Samsung no Palmeiras. Quanto à arrecadação por meio de venda de camisas, ainda temos muito o que avançar no Brasil, seja em termos de cultura, combate à pirataria e etc. Não basta adotar numeração fixa, principalmente quando o próprio clube não mantém a mesma em competições distintas (casos de Palmeiras e Cruzeiro nos estaduais e Libertadores) ou quando permitem que os jogadores troquem exageradamente de numeração entre uma temporada e outra.

    Um abraço a todos.

  17. Joao,

    Acho muito valido este debate pois vira e mexe temos esta mesma discussao aqui na UEFA – em especial com os clubes e fornecedores de materias esportivos.

    O principal e unico motivo pelo qual a UEFA determina que os uniformes podem ter apenas um patrocinio de 200cm2 é para proteger a camisa do clube.

    Tal qual foi mencionado no texto, o objetivo principal da UEFA é evitar que a camisa de futebol se torne um classificado de jornal. Favor notar tambem que a restricao no uniforme nao se aplica apenas ao patrocinio mas tambem ao escudo do time (nao podendo passar 100cm2), a logomarca do fornecedor de material esportivo (nao podendo passar 50cm2), o tamanho do numero na camisa (nao podendo passar de 35cm) etc e tal. Nao é a toa que temos um regulamento para os uniformes com mais de 60 paginas!

    Porem, uma das questoes mais bem aceitas pelos clubes é justamente a questao do patrocinio “unico”. O fato dos clubes terem apenas um patrociono nao é apenas interessante ao publico mas tambem para o proprio clube. Ao se ter multiplas empresas expostas na camisa se perde em exclusividade. Um exemplo seria que um clube poderia obter um patrocinio de 1 milhao com uma empresa, 500 mil com outra e 300 mil com uma terceira. Ou entao, como no caso da UEFA, ela poderia argumentar que por ela ter apenas a opcao de ter um patrocinador exposto na camisa o valor para ter tal produto exposto na camisa é muito mais alto – digamos 2 milhoes. É interessante observar que a empresa patrocinadora ganha em dobro pela exposicao – uma por ter sua marca atrelada com exclusividade ao clube e a outra por ser um patrocinador exclusivo da Champions/Copa da UEFA.

    A questao é bem simples – quanto mais exclusivo é uma marca mais se paga por ela!

    Abrass!

  18. Muito obrigado pelo seu comentario, Saam. De fato, muito esclarecedor e vai de encontro com o que eu pensava.
    So’ para que os leitores entendam a validade de seu comentario, e’ bom explicar que o Saam e’ um brasileiro que trabalha na Uefa e e’, alias, o cara la’ responsavel exatamente pelo cumprimento de todas essas regras relativas aos uniformes dos clubes nas competicoes europeias – na verdade, ele e’ responsavel por um monte de outras coisas la’ e isso e’ uma delas.

    Eu acho que a grande questao e’: a visao dos clubes e’ certamente de que 3 ou 4 patrocinadores trazem mais dinheiro do que 1.
    Sendo assim, seria justo que uma entidade como a CBF assumisse essa responsabilidade de ‘zelar pelos uniformes dos clubes’? Seria correto que ela ou qualquer outra entidade privasse os clubes de arrecadar seu dinheirinho, mesmo que eles escolham faze-lo maculando ou simplesmente ‘enfeiando’ os mantos dos clubes?

    No meu entender, as restricoes existentes em outros campeonatos tambem devem ter razoes comerciais. Por exemplo, acredito que existem dois stake holders que podem de fato ‘proibir’ tal abuso nos uniformes. 1 – os torcedores, deixando de comprar tais camisas, e ate’ mesmo se manifestando junto `a diretoria dos clubes; 2- o canal de TV que paga uma grande quantia para transmitir o espetaculo. Se isso e’ algo que prejudica o espetaculo, talvez seja direito de quem paga milhoes e milhoes por esse espetaculo em ter certa influencia na estetica desse produto.

  19. Caro Mario,

    Obrigado por seu comentario.

    Pode acreditar que esse post nao era enderecado ao Corinthians, particularmente.
    Na verdade eu comecei fazer a pesquisa para escrever o post (vc vera’ que fomos atras dos regulamentos de varias competicoes internacionais) motivado pelo lancamento do novo uniforme do Santos, que tem um patrocinio da STI-Semp Toshiba que cobre praticamente toda a frente da camisa. Alias, essa concessao do Santos foi motivada pelo espaco que o Palmeiras, a meu ver exagerado, que o Palmeiras deu `a Fiat.

    E sao muitos outros os casos e pode esperar que vai piorar…

    Alias, fica aqui meus cumprimentos pelo titulo do Timao.

    Abs

    Joao

  20. Ótimo ver o comentário do Saam aqui no blog.

    Eu havia feito exatamente a mesma colocação em meu comentário: “Então, vejo que o que aconteceria é o aumento dos valores pagos pelos patrocinadores gerais e, também, o por parte dos patrocinadores de material esportivo.”

    No entanto, como coloquei, não sei se os valores cobrados pelos clubes no Brasil já são suficientes para mantermos apenas um patrocinador.. acredito que os clubes (e a CBF) tem que saber se organizar, planejar e fortalecerem sua estrutura e, principalmente, suas marcas (principalmente a CBF e a Conmebol!).. assim poderíamos ter campeonatos mais valorizados mundialmente e, consequentemente, mais lucrativos (em prêmios e patrocínios)..

    Entendam que grandes clubes só existem pq, por trás, existem grandes confederações.. (vide UEFA, NBA, NFL, NHL, etc..).

    Abs,

    Guilherme

  21. Nossa! Nesse blog realmente só tem “feras”! Bom, ao meu ver existem os dois lados, o do clube que precisa por suas contas em dia e o da estética da camisa dos clubes. Em minha opinião, a CBF deveria fazer o mesmo que a UEFA faz, mas deixando os clubes estamparem no máximo 3 patrocínios no uniforme, porém com restrições às medidas dos patrocínios.

    Assistndo ao jogo do Corínthians também achei um pouco exagerado a quantidade de patrocínios, mas o clube ao se ver precisando de dinheiro e sem restrições de patrocínios fez o que precisava, e não discordo do que fez.

    E quanto aos patrocínios das empresas do grupo Silvio Santos? Já ouvi falar que haverá um rodízio de estampa dessas empresas no “manto” do Corinthians. Aí vem a pergunta. Será que os torcedores irão gostar? Pois haverá ao menos 3 ou 4 camisas diferentes do Timão. Estranho não? Imaginem os torcedores indo à loja e pedindo ao vendedor uma camisa do Corinthians, aí o vendedor pergunta: Quais patrocínios você quer na estampa? Do BAÚ, do Banco, etc e etc. Feio não?

    Outra coisa que me veio em mente. Se repararmos, atualmente nas entrevistas coletivas, os clubes expõem propagandas das empresas que o patrocínam num banner que fica às costas da pessoa entrevistada. Reparem que a Rede Globo e a Sportv fazem questão de dar um enorme CLOSE no rosto da pessoa (que fica com o rosto do tamanho da TV) para não mostrar os patrocínios que “deveríam” aparecer ao fundo. Imaginem se isso ocorre durante a partida…

  22. Por: João Frigerio em 3/Maio/2009
    às 8:02 pm

    “No meu entender, as restricoes existentes em outros campeonatos tambem devem ter razoes comerciais. Por exemplo, acredito que existem dois stake holders que podem de fato ‘proibir’ tal abuso nos uniformes. 1 – os torcedores, deixando de comprar tais camisas, e ate’ mesmo se manifestando junto `a diretoria dos clubes; 2- o canal de TV que paga uma grande quantia para transmitir o espetaculo. Se isso e’ algo que prejudica o espetaculo, talvez seja direito de quem paga milhoes e milhoes por esse espetaculo em ter certa influencia na estetica desse produto. ”

    Eu sou torcedor do SPFC e prefiro comprar as camisas do meu time estilo retrô justamente para não ter uma camisa cheia de patrocinios e muitas vezes com um tamanho desproporcional igual ao do Santos.

    Outro exemplo aconteceu com o Flamengo…
    As camisetas sem a logomarca da Petrobras viraram febre entre os torcedores do Flamengo.

    http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Times/Flamengo/0,,MUL1087418-9865,00-CAMISA+LIMPA+VIRA+OBJETO+DE+DESEJO.html

    Isso demonstra que o torcedor não gosta de camisa como macacão de F1, claro que hj nenhum clube do Brasil pode ser dar ao luxo de tirar o patrocinio mas não devemos exagerar e quem sabe em um futuro próximo as coisas mudem.

  23. Olá João,

    Parabéns pela excelente pesquisa e pelo post.

    Um outro ponto que quero aproveitar o assunto é conceitual. Os clubes e patrocinadores no Brasil somente enxergam o retorno de mídia como forma de mensurar o investimento em marketing esportivo.

    Nesse ambiente míope as marcas somente podem ter algum retorno se aparecerem na mídia.

    Um absurdo completo!!

    Uma regulação como essa, além de trazer a valorização das cotas de patrocínio, poderão obrigar aos clubes e patrocinadores a se mexerem e entenderem como funciona o patrocínio esportivo, utilizado incorretamente há anos no Brasil.

    Legal a participação do Saam aqui no blog.

    Um abraço

    Amir

  24. Bom dia!

    Concordo plenamente em tudo que você falou. Ao ver a camiseta do Corinthans algumas duvidas que eu tinha já está ficando cada vez mais esclarecido a cada dia que passa. É claro que tudo isso que está acontecendo com o clube é por causa do Ronaldo, mas ao ver a camiseta me deixou bem claro a situação financeira em que o clube se encontra.
    Onde já se viu um clube do porte do Corinthans estampar 4 ou 5 patrocinadores diferentes em seu manto???
    O Ronaldo fez muito bem ao Corinthans em campo e por visibilidade no exterior, mas se eu fosse corintiano, eu nunca compraria uma camiseta do Corinthans escrito Ronaldo com tanto patrocinador assim. Está ridicula.

    Um abraço

  25. João, excelente texto e pesquisa.

    Quando estive na Inglaterra, os executivos dos clubes recorriam frequentemente à expressão “menos é mais”…ou seja, menos patrocinadores, ou até um mesmo para evitar a diluição de suas mensagens em um ambiente visualmente poluído.

    Corroborando a opinião do Amir quando ele cita a forma rasa como o patrocínio no Brasil é explorado: enquanto se busca no Brasil apenas a mídia barata as propostas de maior sucesso buscam a associação de marcas e produtos às características de significados, imagens e emoções que o esporte fornece.

    Eu até iria mais além, mas aí entrariamos em questões de sampling, marketing promocional nos estádios e outras iniciativas que abrem muito o leque.

    Abraços,

    Robert

  26. Excelente post. Aliás, acho que o clube deveria proteger o seu uniforme no seu estatuto. Será que algum corintiano quer mesmo a camisa do time campeão paulista?

  27. Bem, concordo que existe banalização em relção aos patrocícios. Mas, o que podemos perceber é que nas ligas európéias, os campeonatos nacionais geralmente são decididos por 2 ou 3 clubes.
    Acho que isso acontece justamnte por isso, pela grande diferença de poder economico entre os 2 ou 3 grandese os demais.

    por exemplo, se a microsoft, patrocinasse o milan e o regina, é obvio que ela não aplicaria a mesma quantia pra os 2 clubes.

    Já aqui no brasil o Campeonato Brasileiro permite, que times de médio porte possam surpreender e conseguir bons resultados no final.

    mas como?

    É simples, o dinheiro movimenta o mundo do futebol, aqui no brasil os clubes se utilizam de uma gama de patrocinios, para formar times competitivos, deixando um campeonato imprevisível e muito mais gostoso de se acompanhar, por que a diferença entre times grandes e médios é menor que na europa.

    Como voces podem ver, todo ano um clube de grande expressão no Brasil é rebaixado, coisa que não se vê na Europa.

    Na europa desde o início de qualquer campeonato, nós já sabemos qual vai ser a final.

    No brasil, não existe um campeonato de 3 times, mas sim de 12 times que podem chegar ao título.
    Creio eu que isso se deve também a essa banalização dos uniformes.

  28. Concordo com você, a camisa dos times tem se tornado um baner ambulante.

    E só para informar aos que comentaram sobre a camisa do Corinthians, a camisa que será vendida só terá o patrocínio da Batavo.

    Os demais patrocínios só aparecem na camisa do jogo.

    Abraços,

    Maicon

  29. Excelente tópico e parabéns a todos pela discussão, muito salutar e muito atual.

    Eu como corintiano que sou, estou pasmo de ver a camisa do meu time. Sinceramente, nunca acreditei que chegaria a ver tal poluição no manto sagrado.

    E o que mais me assusta é a contradição e a distância existentes entre discurso e atitude. A diretoria prometia valorizar a marca Corinthians, e está, na minha opinião, fazendo justamente o contrário.

    Por exemplo: dizia-se que era pretendido arrecadar só com o chamado ‘patrocinador principal’, cerca de 30 milhões de reais no próximo ano, centenário do time, caso entrasse na Libertadores.

    Mas quem, em são consciência, pagaria 30 milhões para expor sua marca numa lista telefônica?

    Não faz sentido.

    Menos patrocinadores terão exposição muito maior, e consequentemente pagarão mais.

    Eu sou advogado, e como sempre ouvi de meu tio e mentor: “se você cobrar barato, além de desvalorizar seu trabalho, vai passar a ideia de ser um profissional ordinário”.

    E acho que isso se aplica um pouco ao caso. Cobre o valor justo pelo serviço prestado. Se o patrocinador terá muita exposição, cobre muito.

    Mas se for dividir o espaço oferecido a ele com outros 200 anunciantes, como você poderia pretender um valor mais elevado?

  30. Eu sempre falo isso. os times brasileiros são muito mal administrados, que precisam vender tudo conte espaco na camisa pra patrocinadores que depois de 4 ou 5 meses para de pagar os direitos de imagem na camisa.. eu acho uma camisa de um clube deveria ser como acontece na inglterra e na liga dos campeoes, 1 só patrocinio na frente e pequeno..

    nos EUA as franquias (equipes) não usam nenhum patrocinador na camisa pois o nome da propria equipe ja é uma marca a ser vendida…

    as empresas que investem nas equipes da nba, mlb, nfl, nhl só querem aplicar seu $ e ter um retorno financeiro para seu caixa…
    não é pra fazer propaganda da sua empresa e sim investimento em uma franquia esportiva que da lucros..

    a nfl e outras ligas tem acoes na bolsa de valores..
    so to falando isso pra terem uma nocao do que acontece la

    aqui isso nunca ira acontecer pq aqui nao dao a mesma importancia para o esporte e para marcas do que la.

  31. Olá João,

    reconheço que o Corinthians é uma “mina de ouro”, e qualquer empresa, do Brasil ou do mundo, tem interesse em ver sua marca vinculada a essa verdadeira “Força da Natureza”!!!.
    Deve-se observar, no entanto, que, muitas vezes, as pequenas marcas estampadas no ombro ou mangas são privilegiadas, principalmente em fotos que destacam o perfil dos jogadores (casos em que a “barriga” não aparece).
    Recentemente, jornais do mundo inteiro (inclusive Grécia) deram destaque à brilhante conquista do Corinthians no Campeonato Paulista, e muitas vezes ilustraram a matéria com fotos do “busto” do centroavante Ronaldo, em que apenas os patrocínios do ombro estavam visíveis.
    Parabéns pelo blog, pela pesquisa, e pelo vice-campeonato!!!

  32. as vezes na mesma camiseta existe um patrocinio em varias partes. No peito na manga da camisa nas costas. Pra que isso tudo? Isso cria antipatia da marca. Eu não compro uma camisa do meu time se tiver cheio de patrocinio e pior o mesmo patrocinio varias vezes.

  33. Por favor, reabram essa discussão.

    Submetam à CBF, divulguem uma proposta de restrição dos patrocínios através das redes sociais e da imprensa.

    Ninguém mais aguenta ver as camisetas dos seus times do coração tapadas de uma ponta à outra (com um patrocínio no peito, um na barriga, outros dois nas costas, além de ombros, braços e até mesmo por dentro da camisa!) com marcas de desodorante, cursos de inglês, planos de saúde, instituições financeiras, automóveis, laticínios e qualquer outro tipo de coisa que pagar pela divulgação em um espaço desvalorizado pela própria poluição visual.

    Sou gremista e deixo de comprar o uniforme do meu time quando me deparo com quatro ou cinco anúncios distribuídos pela camisa – supostamente – tricolor, além de adquirir imediata antipatia àquelas marcas que se entranham nos lugares mais imprevisíveis e inconvenientes de tempos em tempos

    Chegou ao ponto da clássica camisa branca do Corinthians ter patrocínios simultâneos da Batavo (peito), Panamericano (barriga), Bozzano (braços), Bau (ombros) e Avanço (axilas; repito, axilas).

    Isso que eu nem falei sobre os calções, nos quais não deveria haver publicidade alguma!

    E, dependendo da capacidade de exploração de cada clube, a redução dos espaços publicitários (redução da oferta) só tende a valorizar aquele espaço autorizado, como ocorre nas maiores ligas do mundo, não resultando em perda financeira.

    Por mais que a CBF se paute sempre pelo interesse financeiro dos seus “colaboradores”, esta medida também seria benéfica aos macroinvestidores, que contariam com a exclusividade de publicização e maior identificação junto ao clube patrocinado e seus torcedores.

    Sem falar no uso que a CBF (principalmente a atual administração) poderia fazer desta regulamentação, acolhendo conhecido apelo popular (bastando ler os comentários anteriores e a mobilização que o assunto gerou) e midiático, além de ganhar uma simpatia que hoje inexiste, pois estaria atuando de fato na proteção do tradicional futebol brasileiro e na valorização das suas instituições.


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