Publicado por: João Carlos Assumpção | 8/maio/2009

Descontinuando o continuísmo

A notícia veio do basquete, mas serve muito bem para o futebol. Ou deveria servir. E para os demais esportes também. Carlos Nunes, candidato de oposição e eleito novo presidente da Confederação Brasileira de Basquete, depois de 12 anos da gestão Grego (Gerasime Bozikis), entrou prometendo apenas uma reeleição na entidade. Um basta ao continuísmo, enfim.

Novo presidente da CBB estava à frente da Federação Gaúcha

Novo presidente da CBB estava à frente da Federação Gaúcha

Também sou defensor dessa tese. Chega de dirigentes que se perpetuam no poder, muitas vezes não se sabe às custas de quê. A rotatividade no comando e o pleno exercício da oposição pressionam a situação a obter resultados melhores dentro e fora das quadras, ou, no caso do futebol, dos campos.

O São Paulo, por mais problemas internos que possa ter (e tem), tira vantagem de contar, frequentemente, com uma oposição forte e também de o mesmo dirigente não seguir no poder por décadas e mais décadas, tratando o clube como se fosse seu.

Muitos dirigentes argumentam que precisam ficar no cargo durante mais de uma década porque quatro ou mesmo oito anos não são suficientes para implantar seu estilo e obter bons resultados. Balela. Se estão indo bem, continuam por um segundo mandato. Um terceiro já é demais. Novas ideias, arejar os ares do clube, da federação ou da confederação, seja lá o que for, são pontos fundamentais.

Você está de acordo com essa ideia? Defende uma só reeleição? Nenhuma? Infinitas reeleições? Qual seu pensamento a respeito do assunto?

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Respostas

  1. Amigos, parabéns pelo blog, conheço ele a pouco tempo, mas já curto muito ele.

    Sobre o assunto: Na verdade na CBB é o “continuísmo descontinuado”, pois o eleito sempre esteve ao lado do Grego durante a sua “ditadura” na CBB. Grego só abriu mão, pois tá de olho na FIBA, ou seja nada ais que uma cena eles fizeram.

    Abraço à todos!

  2. Também sou contra o continuismo, mas lembre-se que Carlos Nunes esteve ao lado de Grego durante 11 dos 12 anos de gestão dele.
    ­
    Seria o mesmo que Nesi Curi sair do Corinthians antes da bomba da MSI explodir e voltar a disputar uma eleição como se fosse uma alternativa a “ditadura de Dualib”.
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    Puro oportunismo político.
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    A alternância através de um limite de mandato e com eleições diretas é sim, extremamente saudável. Como acontece, por exemplo, nos clubes gauchos.

  3. O que está em jogo e em discussão não é se o cara do basquete apoiava o Grego ou não. É a reeleição. Uma só está suficiente. Se não nunca vamos nos livrar de um Nuzman ou de um Ricardo Teixeira da vida.

  4. O grande drama é o colégio eleitoral. O Nuzman distribui o dinheiro da lei das loterias como bem entende entre as confederações. Elas vão votar em quem? Nele ou em quem ele apoiar.
    O problema é tão sério que na Fifa ou no COI o presidente é o mesmo há anos e pode ficar no cargo por 20, 30 anos que ninguém reclama.
    O futebol, como a maioria dos esportes, vive numa era monárquica, ditatorial. Sair deste ciclo é uma coisa quase impensável. Minha proposta é que funcione como o cargo de presidente do Brasil: uma reeleição e só. E esperamos que o Lula não decida tentar um terceiro mandato. Me chama a atenção como todos nós condenamos o Chavez, da Venezuela, não aquele que bate na Globo, mas o ditador amigo do Lula, e não falamos nada sobre o que acontece em nosso quintal. Eleições diretas como fez o Corinthians e, pelo que entendi, fazem Grêmio e Internacional. São Paulo e Palmeiras acho que também, mas o Palmeiras teve o Mustafá por vários anos como o rei do Palestra.

  5. Esqueci de dar meus parabéns pro blog de vocês. Continuem propondo discussões, quem sabe uma hora não mudemos a realidade do nosso esporte. E abaixo o Rio 2016 e viva o Juca Kfouri. Juca pra presidente da CBF. Pro COB pode ser o Trajano. Abraços a todos.

  6. Olá…
    Vamos apimentar esse debate…..Continuísmo ou não…. o que falta na verdade no esporte nacional são efetivas ações, e neste sentido venha de onde vier, para a construção de um política de estado para o esporte. Notadamente, as classes dirigentes que hoje controlam esses cargos, e mesmo aquelas que se rotulam como oposição (vale ressaltar do mesmo grupo social), não possuem propostas de mudanças estruturais. Então, Caros amigos, podemos dramatizar esse tema e dizer que o continuímos que hoje debatemos é herança dos tempos da construção do cenário esportivo brasileiro, do início do Século XX.

    Ricardo – Historiador


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