A frase da semana de hoje é mais uma prova de pioneirismo do São Paulo FC. Depois de ter sido o primeiro clube brasileiro a implantar o sócio-torcedor, o Tricolor do Morumbi consolida uma nova figura no futebol do século 21: a do “cartola-torcedor”.
E por mais que o presidente Juvenal Juvêncio e o superintendente (conselheiro e agora vereador) Marco Aurélio Cunha se esforcem, ninguém supera a lingua solta do autor da frase de hoje:
“Eu estranho muito o que ele (Ronaldo) fez. Quando ele era jogador de futebol, não fazia essas coisas.”
Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, vice-presidente de futebol do São Paulo, sobre a entrada de Ronaldo em André Dias no primeiro jogo da semifinal do Campeonato Paulista.
Alguém pode dizer que estou sendo rigoroso e que o futebol está ficando cada vez mais chato porque ninguém pode falar nada que já é considerado uma ofensa grave.
Entretanto, ao contrário do que possa parecer, não sou avesso a declarações polêmicas, desde que elas venham dos protagonistas do jogo e não de cartolas inconsequentes. Certamente eu não escreveria este post se o autor da frase fosse o zagueiro André Dias, que se envolveu no lance com Ronaldo.

Ronaldo se vinga de Leco na ótima charge de Milton Trajano (iG Esporte)
Mas não é de hoje que o senhor Leco solta pérolas desse tipo, que certamente servem de motivação para o adversário (como ficou claro na primeira entrevista de Ronaldo após o jogo).
Na última sexta, o técnico do Corinthians, Mano Menezes, classificou de “incentivo maravilhoso” a frase de Leco e acrescentou: “eu aprendi no futebol que fera a gente deixa quieto, não cutuca”.
Pois a fera apareceu e foi decisiva na eliminação do SPFC, que poderia ter sido um adversário mais difícil de ser batido pelo Corinthians se jogasse com o mesmo ímpeto que alguns cartolas tricolores demonstram nas palavras.
No caso da merecida classificação corintiana para a final do Paulistão, a irresponsabilidade de Leco pesou menos que a falta de futebol da equipe de Muricy. Mas seria bom que o cartola aprendesse a lição, pois jogos decisivos (e clássicos em especial) quase sempre são resolvidos num detalhe.
E não ficou nisso!
Declaração do Leco, após a partida:
“O que o Ronaldo fez hoje? Só o gol e mais nada”.
By: Willian on 20/abril/2009
at 2:56 am
Caro Marcos!
Nesse final de semana de decisão pelo paulista eu pensei muito a respeito do fator psicológico envolvido em jogos de futebol.
Tivemos nos quatro jogos da semi-final, principalmente nesses dois últimos, uma clara percepção de que Palmeiras e São Paulo jogaram muito o campeonato todo e por isso foram os dois melhores classificados, seria natural em projeções e analises dar aos dois times vantagem para disputa das semi-finais. Os elencos são parecidos, os quatro times tem jogadores que são decisivos e que podem fazer a diferença, mas porque então, os resultados não seguem a lógica? Porque o Palmeiras que venceu o Santos por 4X1 no jogo durante a primeira fase, não conseguiu ao menos assustar o Santos nesse segundo jogo?
Eu acredito cada vez mais que o fator psicológico influencia tanto, que os técnicos, e dirigentes deveriam cada vez mais se especializar nisso, porque os times precisam muito mais de pessoas que sabem liderar e extrair o melhor dos jogadores, do que qualquer outra coisa.
O dirigente do São Paulo deveria acompanhar o futebol mais de perto e perceber o peso que os bastidores tem para influenciar o psicológico do jogo, se ele percebesse isso, pensaria duas vezes antes de declarar qualquer coisa que pudesse fortalecer o time adversário, ou até enfraquecer seu próprio time.
Abraços!
By: Rodrigo Gibin on 20/abril/2009
at 12:00 pm
Quanta tolice dita. Quantas impropriedades. A falta de respeito campeia na diretoria do SPFC. A soberba tem aflorado a cada oportunidade em que a visibilidade da mídia aparece pelos lados da zona sul. Acho que a raiz de tudo isto é o fato de que a “bombástica” contratação do Ronaldo, acabou (de forma forte) com a repercussão do título ganho no Gama-DF, com o gol mais escandalosamente impedido dos últimos anos. A diretoria até então favorecida pelas beneces de parte da mídia paulistana, passou a ser coadjuvante em um grande momento da vida do Clube. Eles estão com isto engasgado até hoje. A grande favorecida com esta contratação, no caso a Rede Globo, virou as costas ao clube da fé. Eles ficaram sozinhos e não perdoam o Ronaldo. É isto que eu acho. Posso estar errado até…….
By: José Donizete on 20/abril/2009
at 8:54 pm
Penso que os cartolas tentam – sabe-se lá porque – aparecer mais do que os jogadores e a proópria partida.
O que é pior: comentários que não melhoram o clima de rivalidade, mas sim de violencia.
Penso que nós, como imprensa, deveriamos parar de dar atenção a essas coisas, que só atrapalham a graça do futebol. Deixe a rivalidade e o bom dos clássicos com os ateltas.
Ps: estou de volta com o blog Pitacos da Bola. Será que rola uma parceria?
abraço. sucesso.
By: Rodrigo Gutuzo - Pitacos da Bola on 21/abril/2009
at 2:42 pm
De fato, as últimas semanas foram importantes para se derrubar o mito de que qualquer coisa vinda do Morumbi era de primeiro mundo…
Aliás, importante a sua lembrança quanto ao fato de o superintendente e conselheiro Marco Aurélio Cunha ser também vereador.
Se ele trabalhasse pelo Município apenas 1/10 do tempo dispendido com o SP, teríamos o vereador mais produtivo da história.
By: riva on 22/abril/2009
at 6:04 pm