Como eu havia escrito no meu post anterior, na semana que passou a ECA (Associação de Clubes de Futebol Europeus), orgão que substituiu o G14, teve sua assembléia geral.
E a expectativa de todos era saber como a associação se posicionaria em relação à discussão de teto salarial no futebol europeu.
Pois eis que a ECA resolveu (ao menos por enquanto) que teto salarial não é de sua competência e que esse assunto deve ser tratado pela Uefa, através de seu já existente sistema de licensas (Licensing system).
A justificativa dada pelo chairman Karl-Heinz Rummenigge é que esse assunto “é muito complicado. Para começar, a instituição de um teto salarial seria uma afronta às leis e traria problemas junto à Comissão da UE. É portanto difícil de encontrar uma solução”.
Na verdade isso todos já sabiam. Imaginava-se, no entanto, que, se fosse consenso entre os clubes, o teto salarial não seria implantado imediatamente, mas uma comissão seria formada justamente para fazer um lobby junto a autoridades da União Européia.
Uma importante informação dada por Rummenigge é que de fato existem clubes contrários a tal controle. E na hora de dar nomes aos bois, ele deixou escapar que alguns desses que contestam a ideia são grandes clubes ingleses. O que não chega a ser surpresa, já que a Premier League é disparada a mais rica do mundo.
Após a coletiva do Rummenigge, eu tive a chance de bater um rápido papo tête-à-tête com o presidente do Barça, Joan Laporta. Ainda esta semana você vai conferir como foi essa conversa aqui no F&N.
Enquanto isso, aproveite as últimas horas para votar na enquete sobre o salary cap:
Ainda nesta segunda, o Marcos vai colocar os resultados finais no ar e trazer uma nova questão para os leitores do blog.
João, na verdade o salary caps em sua essência não é um teto salarial. É um teto orçamentário para o futebol. O clube teria liberdade para manobrar o valor dos salários dentro do teto estabelecido. A Inglaterra é contra porque entendem que se eles praticarem o salary caps, a Premier perderia em competitividade pois, no entender deles, os espanhóis e italianos não irão faze-lo. Pessoalmente acho que o futebol europeu está alavancado de maneira perigosa e numa espiral crescente. Em algum momento isto vai explodir.
By: Ricardo Araujo on 16/fevereiro/2009
at 12:53 am
Olá Ricardo,
Obrigado pela participação.
Vc tem toda razão e na verdade eu já havia explicado isso em meu post anterior (por isso resolve não entrar em detalhes de novo). ‘Teto salarial’ é uma tradução livre para o termo ‘salary cap’, bastante difundido nos EUA e na Europa, mas que é ‘evitado’ pelos dirigentes de clubes aqui na Europa. Eles preferem utilizar ‘controle’ de gastos.
Agora eu coloquei o link para o post anterior no começo da nota. Ou se quiser, basta seguir este link: https://futebolnegocio.wordpress.com/2009/02/07/controle-de-salarios-no-futebol/
Deixe-me só esclarecer que os times ingleses, segundo Rummenigge, são contra esse controle mesmo se for instituído em toda a Europa. Ou seja, a razão não é receio de que tal controle acontecesse apenas na Inglaterra e não em outros países. De qualquer forma, um limite salarial em toda a Europa ajudaria a clubes menores a se aproximarem dos clubes mais ricos, em termos de capacidade financeira, e isso, pelo jeito, não interessa aos clubes mais ricos do planeta.
By: João Frigerio on 16/fevereiro/2009
at 6:28 am
De certa forma é o que é feito em algumas ligas norte-americanas, que tenta deixar seus torneios mais competitivos, diminuindo a diferença entre os mais fortes e os mais fracos.
Eu, particularmente, sou contra. Defendo um controle externo em relação aos clubes, que devem respeitar as leis e regras de seus países de origem. A competência não pode ser punida. Os incompetentes que tentem melhorar.
Abs. e parabéns pelo post, João Carlos
By: João Carlos Assumpção on 16/fevereiro/2009
at 5:18 pm
Então João… É aquele velho dilema… Quem não deve não teme…
A que interesses serviriam continuar despejar milhares e milhares de dólares em clubes em época de assumida recessão?
Opinião Pessoal: Acho que isso tem muito haver com o fenômeno que vem desde o início dos anos 90 de injeção de petrodólares dos Oligarcas russos no capital aberto dos clubes ingleses.
Abs!
By: Esporte Social on 20/fevereiro/2009
at 1:11 am