Publicado por: Robert Alvarez Fernández | 21/janeiro/2009

Uma provocação metafórica

Agradeço a todos os comentários, elogiosos ou críticos, e aos cumprimentos que recebi dos companheiros de blog e de nosso qualificado público após meu primeiro post.

Meu próximo texto é uma provocação que quero dividir com vocês sobre como vejo o futebol brasileiro em seu aspecto negócio, espero que gostem e que dela surjam discussões, a pergunta principal que advém da provocação remete ao próprio nome do BLOG, qual é o negócio do futebol?

Imaginemos uma companhia aérea, cujo principal negócio seja transportar pessoas de um lado para outro do país ou do planeta, pessoas compram passagens, fazem “check in” no aeroporto, despacham bagagem, marcam seus assentos, de dirigem à sala de embarque e voam, com todos os serviços associados esperados, é o que se espera de uma companhia aérea, assim como se espera que ela obtenha sustentação econômica.

Avião

Continuando no mundo imaginário, há uma companhia aérea que descobriu outras formas muito curiosas de ganhar dinheiro e que passaram a ser, com o tempo e com o avançar da tecnologia e da globalização, tão ou mais interessantes que transportar pessoas e seus pertences a outros lugares.

Uma das formas novas de ganhar dinheiro foi a de estampar publicidade em seus assentos e nos uniformes de seus funcionários; a comissária já estava lá mesmo, cheia de espaço a ser explorado em seu uniforme, por que não ? E aí se estamparam marcas de refrigerantes, eletrodomésticos, pneus, leite, eletrônicos no uniforme da galera. Passageiros mais antigos meio que torceram o nariz… transformar meu avião e meu assento em um outdoor bem como os atendentes? Lamentável, mas a ordem econômica se impôs, convivamos com ela, e hoje todo mundo faz igual, sem problemas.

A companhia aérea, ainda sem nome, sempre foi reconhecida pela excelência de seu pessoal: pilotos, comissários de bordo e pessoal de terra primavam pela sua excelência técnica; com isso, frequentemente, seu pessoal passou a ser procurado por outras companhias aéreas de outros países com ofertas de trabalho muito tentadoras. Surgiu daí outra receita, cobrar dos funcionários ou das outras companhias somas em dinheiro para liberá-las para aceitarem estas ofertas de trabalho, diferentemente de qualquer outro tipo de profissional que muda de uma empresa para outra com os encargos normais, a forma encontrada para tal foi uma espécie de contrato e o discurso que remetia aos custos de formação do profissional.

A tecnologia permitiu que surgisse outro tipo de receita ainda; como os vôos eram muito divertidos, com performances artísticas e musicais durante os vôos passou-se a transmitir pela TV, e pela internet, o que se passava pelas cabines, como tem louco pra tudo, este insólito espetáculo passou a ter enorme audiência, com anunciantes e tudo mais, uma mina de ouro, aí é que começam os problemas.

Deslumbrados e anestesiados pelas novas receitas, os administradores da companhia aérea começaram a esquecer as receitas e as obrigações de sua atividade fim a ponto de surgirem problemas impensáveis.

O processo de compra das passagens passou a ser complicado, desconfortável; como para tudo se tem um jeito, surgiram pessoas e até empresas dispostas a “facilitar” as coisas para o cliente : passagens sem fila, passagens já “esgotadas”, lugar na fila do “check in” dentre outras comodidades mediante, claro, alguma remuneração, que não era pouca.

A conservação dos aviões já não era a mesma, banheiros mal conservados, serviços de catering emprobrecidos, assentos desconfortáveis além da própria deterioração do avião, o que implica em naturais riscos.

Grupos de passageiros e de entusiastas da aviação se formaram e passaram a exigir direitos adicionais, influindo na administração da empresa; os administradores da companhia aérea, por sua vez e fragilizados politicamente por suspeitas de irregularidades, faziam concessões a estes grupos, inaceitáveis aos olhos dos demais passageiros, tornaram-se frequentes as manifestações nos balcões e salas de embarque, isso tem afugentado passageiros.

Os vôos passaram, com o tempo, a ter uma taxa de ocupação abaixo do ponto de equilíbrio, fatal para qualquer companhia aérea, no entanto, as multas, a publicidade e a televisão ajudavam a equilibrar as contas, porém, para os que ainda se dispõe a voar com ela, o serviço é um inferno.

Fato curioso, embora, meio que abandonada pelo público, a companhia aérea continua sendo do gosto das pessoas, todo mundo a adora, torce pelo seu sucesso, só não voa por ela. Vez ou outra aparece ou compra algum produto de sua famosa linha de “merchandising”, que há tempos tem outros fornecedores informais, mais baratos e de baixa qualidade, que vendem essa mercadoria até nos aeroportos em frente aos balcões da empresa, sem que ninguém faça algo.

E os aviões continuam vazios, a administração nos faz pensar que está tudo ótimo, mas não está, até o governo inventou uma tal de AeroMania, uma loteria para ajudar a aviação nacional.

A esta companhia aérea dou o nome de Futebol Brasileiro, aquela que esqueceu qual o seu negócio fundamental, do qual provém parte de seu sustento e fundamental caminho para que as demais receitas sejam possíveis e maiores, legítimas, mas que não substituem a central, afinal, avião e estádio vazios não nos dão a percepção de um negócio sustentável, qualquer coincidência é mera semelhança.

Deixo o mundo imaginário para perguntar ao leitor, tirando o aspecto paixão, esta seria uma analogia válida, interessante?

Qual seria o principal negócio do futebol em sua essência? Publicidade? Venda de atletas? Televisão? Merchandising? E o público, onde entra nesta história?

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Respostas

  1. Acho que a última pergunta de certa forma engloba todas as outras. Para respondê-la, vou surrupiar a missão do grêmio : “Proporcionar entretenimento sócio-esportivo para seus aficionados”. E ai que vem o debate, estariam os clubes e suas administrações seguindo esta missão?

    Caro Vítor, obrigado por participar, excelente citação (não é surrupio, fique tranquilo!) da missão do Grêmio.

    Realmente parece que com as demais receitas, propostas de missão como estas ficaram efetivamente negligenciadas, não é à toa que o Grêmio, clube que respeito bastante, tem se diferenciado em suas ações.

    Volte sempre e participe.

    Abraço,

    Robert

  2. Acompanho o Vitor.
    E pra passar um pouco desse tratamento que os times fazem aos seus torcedores, deixo as porcentagens de duas questões de uma pesquisa que terminei há pouco sobre o torcedor palmeirense:

    Amostra: 3905

    9. O que o impede de assistir aos jogos no Palestra Itália?
    VIOLÊNCIA das torcidas – 20%
    Trânsito e transporte – 12%
    Horário – 13%
    Falta de CONFORTO – 9%
    PREÇO do ingresso – 25%
    Distância (somente para residentes de outras cidades) – 59%
    Cambistas – 20%
    Filas para comprar o ingresso – 22%
    Outro – 5%

    12. O que você sente mais falta em dias de jogos no Palestra Itália?

    Museu do clube – 53%
    Lanchonetes de qualidade – 51%
    Restaurantes – 25%
    Lojas – 29%
    Banheiros limpos – 55%
    Exposições diversas – 22%
    Outro – 7%

    *Pode-se marcar mais de uma opção. Assim, soma das percentagens pode ultrapassar 100%.

    Outros pontos bastante abordados – que por erro meu não questionei – foram o do sócio-torcedor e a carência do torcedor na relação clube-torcida.

    —-
    Este pensamento do Grêmio, na minha opinião, é o correto. Há um palavra muito forte que tem que ser colocada em prática o mais rápido possível: entretenimento.
    Pois, hoje, infelizmente, as maiores receitas dos clubes são TV e vendas de atletas.
    E o entretenimento que vem junto com uma Arena decente + Marketing não ocorre.

    Abraços

    Ricardo, grato pelo comentário e por dividir conosco alguns números de sua pesquisa…aliás cumprimento-o pelo tamanho da amostra, é uma pesquisa bem profissional.

    Não se preocupe quanto a não ter perguntado algo, quando o assunto é amplo, é legal deixar um espaço para comentários adicionais, eles sempre vem e são úteis.

    Todos os pontos problema apontados pelo torcedor palmeirense mereceriam longos comentários, mas quero resumir em uma palavra : negligência.

    Os processos e as instalações não levam em conto o conforto e conveniência ao torcedor; é como se ele não precisasse estar lá, ou que fosse um estorvo. Certamente não é um problema apenas do torcedor palmeirense, pode ter total certeza disso.

    O que fica é que o futebol esqueceu qual é o seu negócio fundamental, que fica bem expressa na contribuição do Vitor na citação da missão do Grêmio, ir ao estádio e se aproximar de seu clube do coração tem que ser algo legal, divertido, não o sacrifício que é hoje.

    Abraços e participe sempre.

    Robert

  3. Na essência, futebol é sinônimo _ou deveria ser_ de entretenimento e confraternização. É lazer. E o público é quem deveria usufruir disso tudo, do lazer. Mas isso infelizmente não acontece porque, como sinalizou o Robert, existe uma negligência generalizada.
    A pesquisa do Ricardo é ótima e mostra o que afugenta o público dos estádios, o descaso com que é tratado.
    E considero os clubes do Sul, não só o Grêmio, mas também o Internacional, exemplos do que se deve fazer para atrair torcedores e encher seus estádios. São modelos ainda a serem aperfeiçoados, é verdade, mas que devem servir de base para outros clubes brasileiros.
    Abs. a todos, João Carlos

    João Carlos, grato pelo comentário, realmente a pesquisa do Ricardo até merece uma maior atenção nossa, com o tratamento científico que ele deve ter dado a pesquisa é muito valiosa para um profissional de marketing planejar suas ações.

    Outro ponto bem lembrado é como o Internacional vem trabalhando essa questão dos sócios, há riscos, mas é um movimento interessante, a casa está cheia.

    Abraços,

    Robert

  4. otimo post, execelente comparação, infelizmente essa “Companhia Aérea, chamada futebol Brasileiro” está deixando a desejar no quesito torcedores, acho q poderia haver um consenso maior entre ambas as partes, clube-torcedor.

    Fábio e Carol, grato pela vossa participação e comentário. Pois é, se pensa em tudo menos em um pequeno detalhe, o torcedor, ou consumidor do produto…e sem consumidores, não há ramo de atividade que vá bem.

    Abraços,

    Robert

  5. Perfeito o texto!
    Parabéns Robert!

    Pedro, obrigado pelo comentário, participe sempre e use o espaço para se expressar!!
    Abraços,
    Robert

  6. Quando penso em ir ao estadio, vem na mente.. vou conseguir comprar meu ingresso com facilidade, ou vou ter que ficar 5hs na fila com chuva e tudo mais?vou me sentir confortavel tendo que ficar em pé toda a partida pra ver o jogo, ou vou poder assistir sentado e tranquilo? cade os craques do meu time?(foram todos pra europa), vou me sentir seguro no estadio, ou vai ter confusão e brigas? e o transito sera que vai tar um caos, irei conseguir estacionar o carro antes de começar o jogo?

    JK, grato pelo comentário, acredito que muitos pensam como você.

    Todas estas preocupações deveriam estar do lado dos profissionais de marketing dos clubes e da organização do futebol brasileiro para que ações de melhoria nas operações fossem empreendidas e não tivessemos essas dúvidas todas, infelizmente, marketing parece ser outra coisa para essa turma.

    Abraços,

    Robert

  7. As receitas dos clubes tem que ser diversificadas, não pode perder oportunidades, mais falta profissionais na aréa, por quê os números de marketing mostrado pelos clubes não são confíaveis, então fica dificil avaliar, mas as arenas são sem duvida um passo importante para aumentar a rentabilidade, quanto mais comodidade ao público melhor, pois ele vai gastar mais, e na parte social tem que dar lucro e não depender do futebol, para os clubes serem auto suficiente será preciso uma grande renovação na política dos clubes, trazer mais profissionais e menos torcedores, não da para ter um presidente que não sabe o que é um comparativo orçamentario e entrega o time nas mãos de empresarios, o melhor exemplo a ser seguido é o Inter de Porto Alegre, varias ações lá são feitas, os sócios já chegam a quase 90 mil associados, ao ter sua arena não tenho duvida que será nosso Manchester do Brasil.

    Valdir, grato pela participação e comentário, concordo com seu ponto de vista, apenas separaria em tópicos algumas questões, mas vamos em frente.

    De acordo total com a necessidade de diversificação, porém, o que temos quando da inclusão de novas receitas é uma excessiva orientação a ela…é hora de ter a receita A “E” a receita B e assim por diante e não a receita A “OU” a receita “B”. Simplificando, quando surge uma nova receita, parece que quase todos os esforços são canalizados a ela, esquecendo-se das demais.

    O exemplo do Inter é excelente mesmo, só talvez corra-se o mesmo risco do Manchester, espaço para renovação do quadro de sócios.

    Abraços,

    Robert

  8. SENSASIONAL.. ótimo texto!!!

    Bom, eu acredito que o negócio do futebol é levar entretenimento e emoção às pessoas que admiram este esporte. Não podemos falar que nos dias atuais isso não aconteça, mas a forma com que o futebol brasileiro está querendo vender o seu negócio está péssima.

    Gostaria aqui de algumas indicações de amigos do blog. Sou formado em Administração com ênfase em Marketing e gostaria de fazer uma Pós-graduação em Marketing esportivo. Alguém pode me indicar algumas faculdades aqui de São Paulo que têm esse curso em aberto?

    Diego, obrigado pelo comentário. Realmente o produto futebol está absurdamente mal posicionado perante o mercado, parece que o fato de ser o “esporte do povo” dá aos dirigentes a legitimidade de tratar seus torcedores como quem procura a saúde pública.

    Quanto à sua pergunta, há alguns cursos em SP de especialização no ramo que são oferecidos pelas seguintes instituições :
    – ESPM, onde sou professor;
    – IBTA , que tem coordenação do Portella;
    – Trevisan, não conheço o curso, mas a instituição é bem credenciada.

    P.S. aos demais companheiros, posso ter esquecido alguma instituição….o IWL não é considerada instituição de curso superior, é curso livre.

    Abraços,

    Robert

  9. Robert,

    Parabéns! A metáfora é excelente.

    O entretenimento foi transferido para a “segurança” e o conforto do lar. Talvez não percebemos, ainda, que com o hábito de assistirmos o futebol na TV nos fins-de-semana, continuamos a rotina dos chamados dias úteis, em que somos reféns do relógio.

    Hoje, temos futebol durante todo o fim-de-semana.

    Antes, não haviam muitas transmissões ao vivo de futebol. No máximo, alguns amistosos internacionais que passavam na Globo, com uma música que lembro até hoje.

    PS. Ainda não me conformei com a proibição da cerveja nos estádios. Todos têm que ser responsáveis por seus atos.

    sds, Wander

    Wander, obrigado pelo comentário. O futebol brasileiro, abrindo mão de ter público nos estádios não negligencia apenas a receita de bilheteria mas sim de uma oportunidade de aproximar o torcedor de sua paixão, o que certamente gera oportunidades diversas.

    Curiosa é a visão dos ingleses, que julgam que o estádio precisa estar cheio para que a televisão e o público dela julguem o futebol ser um produto interessante e de credibilidade; legal, não ?

    Realmente há uma super exposição do produto futebol na televisão, sobretudo paga, corre-se o risco de saturação.

    Abraços,

    Robert

  10. Olá Robert!

    Olha nós aqui novamente discutindo o negócio do futebol!!! hehe

    Bom, tenho acompanhado de times de pouca ou quase nenhuma expressão. Inicio de carreira é complicado, mas imensamente gratificante.
    Para resumir a história, é mais ou menos isso:

    O clube não oferece nada porque não acredita que alguém compre.
    O torcedor não consome porque não tem o hábito desse tipo de consumo, devido a falta de oferta do serviço ou produto.

    E assim vão vivendo.

    E quando se fala em produto os dirigentes entendem como venda de jogadores, que é a febre do momento e uma hora a fonte vai secar.

    A questão política é outro fator que atrasa e a evolução destas instituições. É tudo muito burocrático, muito amador e a pior parte, ninguém quer fazer nada, mas todos querem ganhar.

    Bendito seja aqueles clubes que nasceram dentro de uma filosofia mais voltada aos negócios ou se adapataram a elas mais rapidamente.

    Tem espaço de sobra para inovações e boas idéias. Mas “quebrar” o atual sistema implantado e sugerir e implementar mudanças é complicado.
    Mas mesmo assim, ainda tem gente disposta a trabalhar sério. É aí que nós entramos!!! hehe

    Abraços do Sato

    “Takuma” Sato, prazer em travar contato com você novamente, espero ter novidades “automobilísticas” para dividir com vocês em muito breve, voltei a treinar mas só agora os tempos começam a ficar mais ou menos decentes.

    Voltando à pauta; resumidamente, os dirigentes de futebol precisam deixar de querer construir monumentos em homenagem a seus “reinados” e precisam pensar em empreender profundas pesquisas de mercado e lançar bens e serviços que atendam as demandas dele, com isso o “achismo” no ninguém vai comprar ou pior, do todo mundo vai comprar, tendem a desaparecer e os paradigmas, que tanto pontuamos, tendem a se quebrar.

    Feito isso com seriedade e profissionalismo, só pode dar certo. Em tempo, não é preciso ser grande para se ganhar dinheiro, é preciso ser eficiente, portanto, rentável.

    Abraços e mantenha contato,

    Robert

  11. Olá, Robert.

    Tenho orgulho em poder dizer que fui seu aluno. Esta comparação entre aviação e entidades esportivas é realmente muito adequada.

    Porém, quero discordar da posição gremista. Ainda que todos se interessem por assistir a um bom espetáculo, não acredito que este seja o principal motivo que leva alguém a participar da torcida de um determinado clube.

    Se assim fosse, os torcedores estariam constantemente mudando de clube. A torcida do Corinthians teria se debandado para os lados do Morumbi.

    Me parece que o que mais motiva os torcedores seja mais um sentimento de inclusão social. Um sentimento de pertencer e ser aceito por um grupo.

    Quanto ao Internacional, não tenho os dados em mãos, mas me parece que estádios cheios não refletem necessariamente boas rendas. É que o sócio torcedor não paga para assistir os jogos em casa.

    Abraços, Georgios

    Georgios, obrigado pelo comentário e pelo elogio, também fico muito feliz em ter sido seu professor, um privilégio e espero que esteja tudo bem com você.

    Concordo que existe o preenchimento de uma necessidade ligada ao pertencimento na associação de uma pessoa à um clube de futebol, a alguma prática esportiva, enfim, mas creio que essa seja a necessidade cerne da questão; podemos suprir essa necessidade sem consumir o produto, dizer que torcemos por alguém para ter assunto no café do escritório e nem passar perto de consumir o produto.

    A questão abordada remete mais à questão da qualidade dos serviços e suas razões para o declínio que essa discussão, para a qual planejo um post exclusivo.

    Abraços e mantenha contato.

    Robert

  12. Serei repetitivo, Robert: excelente post! Mas excelentes observações dos comments também.

    O tema, óbvio, comporta várias colocações. Sonho que, um dia, todos os players do negócio assumam consensualmente pelo menos o eixo de tua metáfora: este negócio só vai pra frente se focar, sempre, como maior interessado Sua Excia. o Torcedor.

    É uma verdade tão simples que chega a assustar o tanto que se maltrata quem deveria ser paparicado. E não falo destes paliativos como Setor Vip, não. Falo de venda remota de ingressos, oferecer banheiros decentes, lugar assegurado (não precisa nem ser numerado). Falo do que se oferece em qualquer cinema da esquina.

    Basta? Claro que não, mas a paixão clubística é tanta que só com isto a ocupação cresceria muito. Mas já que falamos de consenso entre os players, que tal Dª Globo aderir a ele e acabar com este proibitivo horário de jogos das 22 horas? É virtualmente impossível a quem trabalha ir ao Estádio neste horário . Ir ao Morumbi, Mineirão ou Maracanã neste horário significa, no mais das vezes retornar à casa após uma ou duas da manhã (meu caso). Milhares – milhões? – de torcedores já assumem de antemão não ir a tais jogos.

    Neste sentido sugiro aos dirigentes entrarem na Estação Sé do metrô – uma estação receptora, de meio de linha – às seis da matina. Lá vi uma multidão que certamente não assiste os jogos da emissora às quartas. Que dirá ir aos jogos.

    Antonio Carlos, grato pelo comentário e participação.

    O cerne da mensagem é muito simples até, orientação à satisfação do consumidor, criar condições para que ele pense em voltar e consumir mais o “produto”. Venho da área de serviços, essa é minha bagagem profissional e é com essa lente que analiso a questão, concordo que se pensa em todo mundo, menos em um detalhezinho bobo : o cliente. Não há atividade empresarial que dê certo sem eles…que eu saiba.

    Abraços,

    Robert

  13. O futebol brasileiro adotou a venda dos artistas em detrimento da venda do espetáculo. Mas vejo como estratégia central da CBF ao invés do aleatório e submissão ao mercado. Com os clubes formadores combalidos e dependentes de terceiras figuras como empresários e investidores, ficam como barriga de aluguel e afoitos para a venda de seus rebentos as mães melhor dotadas para outro mundo (o Europeu, e recentemente incluiu obscuros mercados árabes e do leste, com PIBs bem menores que o do Brasil). Enquanto a imagem da CBF se valoriza, com contratos de jogos por US$milhão com os rebentos internacionais se apresentando em outro palco, os clubes já não conseguem vender seu espetáculo e atender seu público de fidelidade. Não chegamos até aqui pelo acaso e forças externas. A estrutura CBF/Confederações foi intencionalmente acomodada a força de maiores mercados, favorecendo meia dúzia que se renovam no poder. Para voltarmos as origens, só uma descontrução da filosofia do orgão maior CBF.

    Pois bem, Sérgio, obrigado pelo comentário e análise…..em qualquer análise estratégica empresarial que se faça encontrar-se-ão fatores externos que se configurarão como oportunidades e ameaças, o segredo está em como você aproveita as oportunidades e mitiga os riscos das ameaças com ações das mais diversas…o que não se pode é abandonar seu negócio primordial para satisfazer as necessidades de um dos mercados ao qual o futebol atende.

    Defendo uma visão mais ampla e um aprofundamento na diversificação das receitas !!!

    Abraços,

    Robert


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