Publicado por: Amir Somoggi | 8/setembro/2008

Vendendo commodities

Com o fim da janela de transferências para o futebol europeu e mais um recorde em recursos disponibilizados pelos clubes da Europa na aquisição de atletas, tenho a plena certeza que os dirigentes das principais forças do futebol global ficam extremamente agradecidos com os clubes do “terceiro-mundo”, graças aos bons negócios disponibilizados.

Pelos valores envolvidos nas transações entre os europeus e pelos recursos gerados pelos clubes desse lado do Atlântico está claro que clubes brasileiros e argentinos estão vendendo commodities, com baixo valor agregado e que acabam se valorizando no decorrer dos anos, quando esses atletas começam a fazer sucesso nas Ligas Domésticas, Champions League e Copa da UEFA.

Segundo análise da Casual Auditores Independentes em 2007 os principais clubes brasileiros geraram o valor histórico de cerca de US$ 240 milhões em transferências de atletas, fazendo com que os recursos com os atletas representassem 34% de todos os recursos gerados pelos grandes clubes brasileiros. Em 2006 esse percentual foi de 23%.

O que a princípio parece um volume representativo de recursos na verdade é irrisório quando comparado ao que os clubes europeus estão investindo. Segundo dados publicados recentemente pela Deloitte somente os grandes clubes ingleses investiram nessa janela de verão cerca de US$ 900 milhões na aquisição de jogadores, impulsionado pelo novo contrato televiso já em vigência e pelos fartos recursos dos magnatas proprietários de muitas equipes.

Essa realidade de venda de atletas como commodities é também verificada no mercado argentino, já que os clubes têm vendido a cada ano também atletas para o mercado europeu por valores baixos. Segundo a Revista Argentina Sport Business, os principais clubes argentinos geraram cerca de US$ 120 milhões em transferência de atletas para a Europa nessa última janela de transferências e em 2007 os argentinos geraram cerca de US$ 170 milhões em recursos com a venda de seus atletas para o exterior.

Clubes Argentinos- Receitas com Transferências de Atletas- Em 2008

Em US$ milhões

 

Tanto brasileiros quanto argentinos vivem uma situação parecida, já que além de venderem atletas com valores abaixo do praticado no mercado europeu, acabam cedendo uma parte representativa desses recursos para empresários e agentes de atletas.

Essa situação, somente debilita ainda mais os clubes sul-americanos que são obrigados a ceder % de transferências futuras de outros jogadores e acabam vendendo seus melhores atletas por valores muitas vezes irrisórios e em muitas situações, por pressão desses parceiros ou por necessidade urgente de recursos, ficando ainda com apenas um % dessas transações.

E com esse ciclo vicioso em curso, os europeus agradecem…

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Respostas

  1. O que ferra os clubes do Brasil são os empresários des jogadores, que caçam as promessas dos clubes, lhes oferecem casa, emprego para os pais e mais um monte de coisa… e depois ganham em retribuição do favor dado uma boa porcentagem do jogador.

    Um problema ainda maior é que ninguém sabe sobre a porcentagem que os clubes têm de cada jogador com contrato profissional e nem sabem de quem são o resto da porcentagam, se é do jogador o de outra pessoa.

    Além do que, a maioria dos clubes está até o pescoço com dívidas, têm dirigentes corruptos, não sabem vender a marca do clube…

    Olá Rodrigo,

    Você tocou em vários pontos essenciais para compreender nossa realidade e de nossos hermanos também.

    Alguns clubes já começaram a divulgar esses percentuais, como o Internacional e o Corinthians.

    O problema é que os próprios clubes abrem suas portas para esses empresários em troca de valores de curto prazo e depois se vêem amarrados a esses acordos.

    Infelizmente essa realidade está se transformando em padrão de mercado aqui e também na Argentina e apenas dificulta qualquer mudança futura.

    Um abraço.

    Amir

  2. Antigamente, era a lei do passe. Hoje é a lei do passador/empresário.

    Realmente, ao invés de evoluímos com a complexa Lei Pelé, continuamos na estaca zero.
    Estamos ouvindo murmúrios de que essa lei será alterada. Espero que seja pra beneficiar o futebol brasileiro.
    E infelizmente, vejo uma realidade parecida com os nossos hermanos.
    Pois, é lamentável essa situação.

    Em relação a parcerias com fundos de investimentos, não sou totalmente contra (entendi a sua opinião). Porque o mercado brasileiro com essa visão de que só as vendas de jogadores trazem lucro, os clubes necessitam dessas parcerias para manter um elenco razoável para os campeonatos. Porém essas parcerias quando se vão, o dinheiro dos clubes que já era pequeno se vai por completo para efetuar transferências de “seus” jogadores.

    Se eu não me engano, na Europa há esses fundos. O Cristiano Ronaldo pertence a um.
    Mas lá, os clubes sabem e efetuam um planejamento correto, em que Arenas e Marketing são as principais fontes de renda. Assim sobrando dinheiro em caixa para investir em jogadores para ser campeões e não para simplesmente se manterem nos campeonatos.
    (Por)Enquanto aqui….

    *Como que eu gostaria que esse parentêses sumisse e logo depois evoluísse para um: Aqui estamos mudando este cenário…

    E Amir, to gostande ver hein… huhauahuahau
    Tá levando o blog sozinho, mantendo o bom conteúdo com diferentes temas….

    Abraço

    Olá Ricardo,

    Nesse momento somente se fala na alteração da Lei Pelé, mas até agora não vi nenhum comentário sobre a regulamentação da atividade de empresários de atletas e desses fundos.

    Realmente na Europa esses fundos também atuam e a FIFA e UEFA já estão de olho no assunto. A prórpia FIFA modificou o mecanismo de transferências e o papel desses terceiros na relação do clube com seus atletas.

    A questão que deve ser destacada é que esses empresários não têm o menor interesse em manter por muito tempo os jogadores em nossos clubes, fazendo com que qualquer mudança seja praticamente impossível.

    Os clubes sul-americanos infelizmente não enxergam uma perspectiva de longo prazo, onde os recursos receidos com as transferências vão ajudá-los na estruturação de seus projetos, pois com valores baixos recebidos a cada transação e a obrigação de remunerar os seus parceiros, o ciclo vicioso nunca acaba.

    Valeu pelo elogio.

    Um abraço.

    Amir

  3. É… nós exportamos o fubá a preços módicos, importamos o BOLO pronto de fubá a um preço absurdo, e ainda achamos que fizemos um baita negócio…
    Fui só eu ou esses cartolas também não gostavam muito das aulas de matemática? He he…
    Grande abraço,
    Joao Luis Amaral

    Olá João,

    Pois é e ainda ficam torcendo para o jogador ter uma transferência internacional para ter direito ao mecanismo de solidariedade.

    Somente para dar um exemplo, caso o Pato seja vendido para um Real Madrid aos 24 anos, o Milan receberá mais pelo mecanismo de solidariedade do que o Internacional, o verdadeiro formador do atleta…

    Será que estamos fazendo um bom negócio? A venda precoce de nossos atletas a preços baixos somente é bom para o clube comprador.

    Um abraço.

    Amir

  4. Amir,

    Para ilustrar bem ao conteúdo do texto postado, um caso que se encaixa bem é o do jogador Kaká, hoje no Milan, onde o mesmo, dizem os especialistas à época, foi negociado a preço de banana pelo SPFC. E hoje esse atleta tem um valor de mercado exorbitante.
    É correto dizer que ele ainda era um garoto, tinha que provar e se firmar como craque, não era ainda o melhor do mundo e vinha tendo problemas com a torcida. Mais ainda garoto se via que era um jogador diferenciado e em conseqüência disso os dirigentes do tricolor teriam que ter pelo menos a percepção de uma valorização maior do seu jogador (produto).

    Por isso que venho batendo na mesma tecla há tempos, enquanto os clubes não mudarem sua mentalidade de administração, de gestão, esses mesmos clubes ficarão sempre com o pires nas mãos e como citado no texto, os clubes de fora vão agradecer e muito, já que, formamos os atletas e eles os contratam a preço de banana, por que tem cacife ($$$) pra isso e conseqüente a isso no futuro tem o retorno ($$$), bem maior.

    Sou totalmente contra os empresários no futebol, eles não somam nada para o bem do mesmo, e em vez de agregarem valor aos clubes eles agregam valor a sua própria conta ($$$).
    Fica a pergunta: Por que os clubes do Brasil não montam/estruturam seu próprio departamento de gerenciamento de carreira de atletas, principalmente dos jogadores das categorias de base??

    O que falta ou está faltando no futebol hoje são profissionais qualificados e que tenham visão gerencial de médio e longo prazo.

    O texto postado é muito oportuno, e gostaria, se me permiti, no decorrer do período, até o próximo texto a ser postado, desenrolar mais ainda esse assunto.

    Um grande abraço, Amir e desculpe pelo meu erro, onde coloquei no post uma pergunta que não era dirigida à sua pessoa!!!

    Olá Carlos,

    Realmente a sua idéia é bastante oportuna. Muitos clubes europeus utilizam modernas técnicas de RH para alavancar suas marcas atreladas aos seus atletas, fazendo com que área de RH e marketing desenvolvam trabalhos cooperados, visando atingir um objetivo estratégico.

    Talvez um dos maiores problemas é a falta de interesse dos clubes brasileiros em criarem estruturas completas de gerenciamento de seus ativos, principalmente os seus atletas.

    Infelizmente consideram esse caminho fora de suas prioridades.

    Um abraço.

    Amir

  5. Oi Almir.
    Ótimo artigo, Ótimo blog. E uma pergunta.
    Onde posso encontrar esses dados, como os da Deloitte, por exemplo, para análises futuras e/ou mais personalisadas?
    Abraço
    Luís Calvozo

    Olá Luis,

    Você encontra alguns dados em sites internacionais como o Sport Business.com

    Um abraço.

    Amir

  6. Caro Amir, faz tempo que não trocamos umas figurinhas. Muito oportuno seu texto como sempre.

    Faz tempo que tenho teoria similar, exportamos matéria prima e recebemos produto acabado, vendemos o Kaká e o Robinho e recebemos camisas deles vendendo no Brasil, a transmissão de seus campeonatos dentre outros produtos aplicando-se puramente o conceito de produto ampliado, que pode gerar tantas oportunidades no ramo do esporte.

    O curioso é o imobilismo ou ações no sentido contrário que se observa no futebol brasileiro; clubes montam verdadeiras estruturas para formar e vender jogadores enquanto que as demais fontes de receita, algumas inexploradas, ficam totalmente negligenciadas. Enquanto os clubes ficam reclamando da chuva, tem gente engarrafando e vendendo a água.

    Abraços a todos,

    Robert

    Olá Robert,

    Obrigado pelo excelente comentário.

    Essa é a realidade atual do mercado brasileiro, com a teoria que não podemos fazer nada contra os bilhões de euros deles, os europeus além de comprar nossa matéria prima a preços baixíssimos, vem ao Brasil vender para as classes A e B produtos com alto valor agregado…

    O pior é que em alguns casos nosso mercado é mais rentável para algumas marcas estrangeiras atreladas aos clubes europeus do que aos clubes brasileiros, vide as camisas de Real Madrid, Milan, Chelsea e Barcelona…

    Um bom exemplo é a Premier League, que repassou aos clubes na temporada 2007-08, somente em direitos internacionais de transmissão mais de 310 milhões de euros…

    E aqui ficamos somente discutindo as mundanças na Lei Pelé, achando que essa é a solução de nossos problemas.

    Um abraço.

    Amir

  7. Amir,

    Na iminência de os clubes hoje terem administrações totalmente viciadas, não seria oportuna a idéia de se criar um clube ou mesmo uma instituição, que seja, para deflagrar um projeto de gestão que agregue valor a ‘MARCA’ clube, com ações em Marketing, RH e outros seguimentos??
    Enfim, se fazer alguma coisa de diferente que chame à atenção dos nossos dirigentes, governantes, onde digam, olhe… Essas ações que esse clube/ instituição vem percorrendo tem-se se mostrado acertado e se diferencia de tudo que vê nas administrações executadas hoje…!!!

    Coloco essa sugestão, devido minha preocupação com os rumos que o futebol brasileiro e os clubes inseridos nele têm tomado não se preocupando em nenhum momento em profissionalizar o departamento de futebol.

    Quem sabe um projeto que se diferencie de tudo que estamos vendo e lendo hoje, dê um maior valor de barganha aos nossos clubes.

    O que você sugeriria nesse sentido???
    Seu ponto de vista é de suma importância para minha pessoa, já que encontro-me engajado em um projeto de gestão para o futebol e o esporte em geral. E quem sabe num futuro, seria de grande valia suas observações e idéias agregadas ao projeto.

    Agradeço, pela sugestão(ões) de antemão!!!!

    Abraço!!!

    Olá Carlos,

    A questão de se criar do zero uma nova estrutura de administração no futebol brasileiro é interessante, e ntretanto há que se considerar suas dificuldades de execução.

    O Pão de Açúcar e mais recentemente o Red Bull seguiram esse caminho e vão enfrentar muitos obstáculos, principalmente em termos esportivos, mas caso consigam subir um dia para a primeira divisão podem criar um novo modelo de gestão, sem empresários nas categoria de base, focado em projetos criativos de marketing (principalmente o Red Bull) e oferecendo ao mercado uma nova dimensão em sua gestão.

    O Brasil oferece espaço para que novos clubes surjam, mas no início sempre serão marcas de nicho, já que a massificação é muito dificil, mas não impossível.

    Um abraço.

    Amir

  8. Só uma gestão profissional com a profissionalização do trabalho que é exercido nas divisões de base podem salvar os clubes brasileiros. Os clubes deveriam ter um departamento de marketing esportivo responsável por agenciar os jogadores de base do Clube. Criar canais de média que gerassem receita também para o mercado de jogadores jovens, fazendo publicidade dos campeonatos juvenis.

    Não é fácil, mas acho que é o caminho. Caso contrário, os clubes estarão nas mãos dos empresários.

    Excelente texto.

    Abraços,

    Marco Duran
    Amigos da bola
    http://www.amigosdabola.com

    Olá Marco,

    Obrigado pelo comentário.

    Realmente a gestão da divisão de base deveria ser tão importante como todos os outros setores do clube.

    E quando falo em gestão não é simplesmente construir infra-estrutura para fabricar craques apenas, mas principalmente desenvoler esse trabalho que você citou, com inteligência e profissionalismo.

    Um abraço.

    Amir

  9. Amir,

    O problema é que os dirigentes dos clubes (em sua grande maioria) não estão muito preocupados com as finanças do clube e sim com as suas próprias.

    Se os times forem S.A. a coisa muda um pouco de figura pois lesando o time, você estaria lesando o próprio patrimônio.

    Mas do jeito que está, uma meia dúzia de sócios toma conta de um clube, administra mais visando seu próprio bem estar do que o do clube que comanda criando-se assim um círculo vicioso tremendamente prejudicial ao futebol.

    Nesse cenário, como exigir um plano à longo prazo de quem comanda o futebol nos clubes pois amanhã terá uma eleição e você perderá a galinha dos ovos de ouro para outro grupo (que na maioria das vezes fará a mesma coisa que o antigo).

    Por isso chega um empresário qualquer oferecendo um valor baixo por uma promessa (mas com um “por fora” interessante) e o clube aceita.

    Abraços,

    Olá Nico,

    Não creio que transformando o clube em SA todos os problemas estão resolvidos. Vitória e Bahia são SA e estão em situação muito mais complicada que grande parte dos clubes brasileiros.

    A Lei de Moralização do Futebol de 2003 já responsabiliza os dirigentes dos clubes por problemas na gestão, independentemente da sua estrutura jurídica.

    Reamente a falta de planejamento e o baixo interesse em reverter esse ciclo vicioso são os maiores entraves para qualquer mudança em nossa situação caótica.

    Um abraço.

    Amir

  10. Grande Amir,

    Falo como se fosse extremamente íntimo quando na verdade esse é o primeiro comentário que faço nesse excelente blog. Uma pena ter descoberto tão tarde, todavia, antes tarde do nunca. De fato, chamá-lo de grande não é somente pela intimidade, que não existe, e sim pela qualidade do blog. Enfim, chega de rodeios.

    Gostaria de trazer um comentário mais elaborado, mas estou sem tempo agora. Sobretudo, gostaria de elaborar mais porque tenho grande interesse acadêmico no assunto.

    Entretanto, só queria fazer um rápido comentário. Notei que entre os grandes clubes argentinos, o Boca Jrs é que tem menor valor de transferências. Não é por acaso, é o clube que mais venceu Libertadores e dizem que é clube sul-americano mais conhecido na Europa e EUA.Além disso, já notei em alguns sites que vendem artigos de futebol nos EUA, vendem na maioria das vezes produtos de clubes europeus, quando há vendas daqueles que estão abaixo da Linha do Equador, geralmente, pertence aos boquenses.

    Ainda, é uma pena que os clubes argentinos não publiquem seus balanços contábeis, pelo menos eu não encontrei nada. Digo isso porque estou fazendo uma comparação entre os Clubes dos 13 e G14, mas também queria observar informações argentinas. Ainda sim, tenho palpite que os boquenses tem feito boas ações de marketing ,o Museu é um exemplo. Quando comparamos essas ações com seus co-irmãos (argentinos) e com seus vizinhos (brasileiros), percebemos os resultados em campo e fora dele. Obviamente, isso ainda é pouco principalmente pelo potencial do futebol sul-americano como um todo e também potencial desse mercado. É provável que algum momento alguém percebam isso. Aliás, alguém vírgula porque vocês discutem isso há bastante tempo.

    Um forte abraço,

    P.S. Pretendo voltar mais vezes.

    Olá Júlio,

    Seja bem vindo ao blog, conto com seus comentários em outras ocasiões.

    Realmente o Boca nessa análise específica aparece com valores abaixo de outros clubes argentinos, mas em outras oportunidades chegou a liderar o ranking, junto com o River.

    A marca Boca Juniors é sem dúvida o ativo mais reconhecido do futebol sul-americano em diferentes partes do mundo e isso se deve em parte ao êxito internacional do clube nas competições mas principalmente ao trabalho de marketing de sua diretoria, que há anos conta com projetos de internacionalização da marca do clube.

    Com relação aos balanços dos clubes argentinos, infelizmente essa é a realidade, o futebol de lá não tem transparência alguma. Estive em Buenos Aires em 2007 fazendo uma palestra e os alunos ficaram encantados quando mostrei o estudo da Casual Auditores, com os dados financeiros dos clubes brasileiros, informação inexistente no mercado deles.

    Um abraço.

    Amir

  11. Uma pena que eles não tenham essa informação. Desnecessário dizer que falta de transparência no futuro acaba sempre voltando-se contra você mesmo.

    Outra coisa, quero deixar bem claro que não estou afirmando que o Boca Jrs. é um modelo a seguido, até porque como foi mencionado há pouca informação sobre a gestão do clube. Embora seja inegável o seu sucesso fora das quatro linhas. E isso de certo modo, mostra uma relação positiva entre sucesso dentro campo com boas ações de marketing.

    Com isso, quero dizer que não há saída mirabolante. Existe sim planejamento, execução e monitoramento. É claro que estou sendo apenas repetitivo, afinal de contas, essa é razão de ser desse blog.

    Voltando a questão da falta transparência das informações. Tenho um palpite que no Brasil uma das razões para insucessos em ações com torcedores, é a desconfianças destes em relação aos dirigentes dos respectivos clubes. Por razões bastante óbvias.

    Contudo, gostaria de saber se já houve uma discussão sobre a prestação de contas ou fraquezas das informações atualmente declaradas.

    Um grande abraço,

    Olá Júlio,

    Realmente a falta de transparência é um mal que tende a comprometer a evolução da Indústria. Posso te afirmar que a imagem da gestão do futebol argentino é a pior possível para os cidadãos de lá.

    Com relação ao mercado brasileiro que estudo há anos, as informações financeiras divulgadas pelos clubes ainda estão longe do ideal, mas têm melhorado muito nos últimos anos.

    Muitos clubes apresentam parecer de auditores que podem esclarecer bastante sua real situação, mas há uma constante falta de notas explicativas.

    Sobre seu comentário da desconfiança dos torcedores, você está certo, visto que muitos projetos lançados acabam não tendo prosseguimento, dificultando muito o resgate dessa confiança perdida.

    Um abraço.

    Amir


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