A Major League Baseball (MLB) dos EUA, segunda Liga que mais gera recursos no mundo, recentemente publicou suas informações financeiras sobre a temporada de 2007. As 30 franquias participantes da MLB encerraram a última temporada com uma receita consolidada de US$ 5,5 bilhões, uma evolução de 7% em relação a 2006 e 16% em relação a 2005.
A franquia mais importante em geração de receitas da Liga é o NY Yankees que apresentou receitas de US$ 327 milhões em 2007, uma diferença de mais de US$ 64 milhões frente ao segundo colocado no ranking Boston Red Sox e US$ 92 milhões a mais que o terceiro colocado em receitas em 2007, o New York Mets. Em relação à franquia que menos gera receitas na MLB, o Florida Marlins a diferença foi de US$ 199 milhões na última temporada.
Estádio lotado: constante para os Yankees
A NFL ainda não publicou suas informações financeiras referente a última temporada, mas historicamente o NY Yankees somente perde em geração de receitas para o time de futebol americano Washington Redskins.
Embora a MLB, bem como todas as outras Ligas Profissionais dos EUA se esforcem para que não haja um desequilíbrio financeiro entre as equipes participantes, o Yankees de NY acaba apresentando grandes diferenças em receitas geradas pela força de sua marca e principalmente pela importância de seu estádio em seu negócio.
O Yankees é a franquia que mais gasta com salários na MLB já que em 2007 disponibilizou nada menos que US$ 253 milhões para a remuneração de seus jogadores (77% de sua receita), enquanto que o Red Sox gastou na última temporada US$ 199 milhões (76% de sua receita). O Florida Marlins, somente como comparação disponibilizou US$ 44 milhões para remuneração de seus atletas (34% de sua receita). Não é à toa que as duas franquias que mais geram receitas na MLB foram as que apresentaram os maiores prejuízos operacionais da Liga, que somados atingiram US$ (66,4) milhões em prejuízos em 2007.
Público nos jogos da MLB
Em termos de torcedores que freqüentam os estádios e arenas no mundo nada se assemelha a MLB, já que as franquias jogam em média 80 vezes em casa no ano. Na última temporada 79,5 milhões de torcedores compraram ingressos para assistir aos jogos das 30 franquias, um recorde histórico para a Liga. A venda de entradas representou em 2007, 36% de tudo o que é gerado para as franquias, um valor de quase US$ 2 bilhões.
Nos EUA a Liga que mais gera recursos com os estádios é a MLB, mas a NFL com muito menos jogos, consegue ter uma média de público altíssima e um alto valor agregado na venda de seus ingressos muito superior a Liga de baseball.
A franquia que mais público levou em seus jogos em casa na última temporada foi o NY Yankees com um total de 4,27 milhões de torcedores, recorde para o clube e um dos maiores valores já registrados na competição. O Yankees gerou em 2007, US$ 171 milhões em venda de ingressos. Com a mudança para seu novo estádio a tendência será de ampliação das receitas geradas com seus jogos. Vale destacar que nesse ano mesmo apresentando péssimos resultados esportivos a franquia manteve a mesma média de público da última temporada.
O novo estádio do New York Yankees, que estará pronto em 2009
As outras duas franquias que mais levaram torcedores aos seus jogos foram o LA Dodgers e NY Mets com cerca de 3,8 milhões de torcedores cada um. O Mets em 2006 assinou um contrato de naming rights com o Citigroup para seu estádio no valor de US$ 400 milhões em 20 anos, que já impactou positivamente as receitas geradas pela franquia em 2007.
Amir!
É impressionante a distância que os Estados Unidos está em relação ao resto do mundo quando falamos de paixão pelo esporte junto com profissionalismo e administração.
Será este modelo adaptável ao futebol?
Será que times de futebol da Major League Soccer entraram com grande peso em uma Libertadores e mudam o panorama e visibilidade da competição?
Um abraço!
Leonardo Gerodetti
Olá Leonardo,
Realmente os números impressionam, se bem que individualmente clubes como Real Madrid, Manchester, Arsenal e Barcelona faturam mais que as franquias, provando a força do futebol global.
Mas quando analisadas em conjunto as franquias da MLB e NFL são imbatíveis.
Com relação a sua pergunta, sem dúvida muitas atividades de marketing esportivo criadas pelos americanos e utilizadas pelos clubes europeus podem ser aplicadas no Brasil, contanto que seja adaptado ao nosso ambiente de negócios e fundamentadas em um planejamento de longo prazo.
Um abraço.
Amir
By: Leonardo Gerodetti on 20/maio/2008
at 1:02 pm
Olá Leonardo,
Complementando a resposta sobre a sua pergunta referente à MLS, realmente a entrada dos times da Liga na Libertadores seria interessante para a audiência e possível negócios para a competição.
Com relação à MLS a Liga tem um posicionamento bastante interessante, já que nunca conseguirá figurar no topo dos negócios gerados como as Big Four.
Caso alguém tenha interesse sobre o assunto no livro Markeitng and Football: An International Perspective há dois capítulos sobre o soccer nos EUA.
Eu escrevi um capítulo do livro sobre os negócios no fuebol brasileiro. O link do livro na Amazon é
http://www.amazon.com/Marketing-Football-international-perspective-Sports/dp/0750682043
Um abraço.
Amir
By: Amir Somoggi on 20/maio/2008
at 6:37 pm
E os lucros devem aumentar já que a MLB irá abrir escritórios em alguns países na Ásia, isso significa que só agora eles estão fazendo o mesmo que os clubes europeus, imaginem o quanto irão lucrar.
Olá Ricardo,
Obrigado pela informação.
Vale destacar que o esporte na Ásia é bastante popular e em muitos casos gera mais interesse que o futebol, como por exemplo no Japão. Não será difícil para a MLB ampliar seus ganhos com essa expansão geográfica de seus negócios.
Um abraço.
Amir
By: Ricardo on 20/maio/2008
at 7:31 pm
Desculpe mudar de assunto. Mas gostaria de que vocês fizessem um post comentando o que o tal do Palmeiras Futebol S/A (que me parece estar relacionado com o escandâlo da Parmalat no Brasil e a Carital Brasil Ltda). O mais curioso, é que o diretor presidente dessa “empresa” é o “corinthiano” Mustafá Contursi.
Abraço.
Olá Fábio,
Agradeço a sua sugestão e também a lembrança sobre a Palmeiras Futebol S.A, em um momento que todos aprovam novas parcerias em nosso futebol. Parece que esse será o “novo” modelo de gestão no terceiro milênio no Brasil, uma pena…
A empresa criada em 2000 representa nada menos que 60% do Passivo do Palmeiras e segundo balanço do clube em 2006 foi responsável por nada menos de R$ 14 milhões em contingências, o que ampliou consideravelmente o déficit naquele exercício.
Escrevi um post em 21/02 que fala um pouco da minha opinião sobre as parcerias em nosso futebol, esse é o link:
https://futebolnegocio.wordpress.com/2008/02/21/barriga-de-aluguel/
Um abraço.
Amir
By: Fábio on 21/maio/2008
at 12:37 am
Boa tarde Amir.
A apresentacao destes numeros serve, e muito, para demostrar a inoperancia das entidades de administracao do esporte no Brasil e algumas Ligas que ultimamente surgiram como salvadoras de alguns esportes. Salvo engano, a Liga Fustal tem uma estrutura similar à apresenetada no post, claro que com as devidas adaptacoes, porem, demostra que este modelo pode sim ser adotado por aqui. Se nos atentarmos ao exemplo do Clube dos 13, poderemos observar uma certa tendencia a preferir acordos “normais” aos que envolvem profisionalismo e cpacidade de negociar bons produtos. Nao é de hoje que os campeonatos nacionais de futebol vem sofrendo com a incmpetencia de quem os negcoia, seja com TV, com patrocinadores ou querquer outro interessado, seja o C13, a FBA, ou a que sera criada para administrar a serie C,D…
O que parece é que o famoso “cliche” de que nao sao maioria os profissionais, profissionais de fato, os que trabalham na adm. do esporte nacional. Existem sim varios profissionais mas sabemos que esta nao é a regra. Digo isso por experiencia no futebol.
Gostaria muito que acoes para potencializar o valor dos clubes, agregar capacidade, condicoes e valores aos mesmos oriundos de uma liga interessada, forte e profissionalizada fossem deselvolvidas. Seria o caminho mais curto para termos condicoes de publicar noticias sobre faturamento de nossas ligas, distribuicao de lucros com percentuais semelhantes para garnatir a receitas aos menores tornar estavel a condicao do esprte brasileiro, em particular o que apresenta maior potencial e é administrado com caracteristicas ainda pouco interessantes aos donos do espetaculo, os clubes..
Bruno,
Parabéns pela clareza de suas colocações, realmente explica muito da nossa atual situação.
Todas as entidades de administração do esporte nacional trabalham com uma visão muito limitada de sua atuação e não percebem que a valorização do produto esporte no país passa obrigatoriamente por uma gestão centrada em projetos cada vez mais elaborados.
O C13 e FBA infelizmente não perceberam qual deveria ser a sua função, que vai muito além de simplesmente negociar contratos televisivos. O pior é que a FBA nem isso faz corretamente já que os clubes receberam em 2007 míseros R$ 385 mil por esse direito cada um.
O maior problema é que a gestão das entidades em geral está na mão dos próprios dirigentes e não de executivos profissionais. E aquelas que possuem esses executivos em sua maioria são ex-dirigentes e acabam transformando um cargo executivo em uma atividade política.
Um abraço.
Amir
By: Bruno Rodrigues on 21/maio/2008
at 2:06 pm
Amir, excelente trabalho com informações extremanente relevantes, como sempre.
O ambiente de negócios norte americano sempre me chamou a atenção, não só pelo seu imenso tamanho, mas também por dois aspectos que, em primeira observação notei que são : o esmero em que a infra-estrutura nos estádios, ginásios, autódromos e seu entorno são cuidados para prover comodidade, segurança e conveniência ao público torcedor. Os serviços providos são tantos e diversos que a competição em si acaba, por vezes e para alguns, ficando até em segundo plano.
O segundo ponto que me chama a atenção é a capacidade de exploração das marcas por uma também diversa gama de produtos licenciados, que eu julgava ser até a receita predominante, conclusão esta sem grandes análises prévias.
Some-se a todos estes confortos advindos do respeito à relação de consumo, ponto forte dos americanos em todas as relações comerciais, o imenso apelo regional que estas marcas tem e a identificação sonora com a cidade ou com o estado que elas iconizam, este é um dos aprendizados mais fortes que teríamos a ter em relação às nossas, mas é objeto de outras discussões, creio.
Abraços a todos,
Robert
Olá Robert,
Realmente o mercado norte-americano é único e deve realmente ser estudado por todos os envolvidos com esporte no Brasil.
O nosso mercado tem um alto potencial de desenvolvimento pela quantidade de oportunidades desperdiçadas atualmente, algo que não ocorre nas franquias dos EUA e pelos grandes clubes europeus.
Um abraço.
Amir
By: Robert Alvarez Fernández on 26/maio/2008
at 11:40 am
tenho uma escolinha de futsal e ftebol de campo, meus alunos tem certa habilidade na pratica de futebol, se voçes tiverem interesse de praticiona essa escolinha em aracaju entre contrato voces vão ter varios investimento eu garanto entre contrato 079 88292808
By: adriano ricardo santos de santana on 4/outubro/2008
at 12:02 am
Olá Amir, tudo bem ?
Trabalho com Marketing Esportivo e, nesse momento, estou palestrando em NY e NJ nos EUA com tema como Conseguir patrocínio Esportivo, Gostaria de te conhecer, se possível. Aproveito para expressar minha admiração pelo seu conhecimento no assunto.
Um forte abraço,
Eduardo Acioli
By: Eduardo Acioli on 29/novembro/2013
at 8:41 pm