Muito se fala na construção de novos estádios ou arenas multiuso. Nós do Futebol & Negócio já fizemos alguns posts voltados para o assunto; mas a pergunta é: qual o benefício em utilizar uma arena própria?
Site oficial criado pelo Club Deportivo Chivas Guadalajara, para a construção do seu novo estádio. http://www.chivascampeon.com/paginas/estadio_chivas.php
Bom, tentarei relacionar algumas das principais vantagens que um clube pode obter ao deter a posse de uma arena:
A primeira grande vantagem que vem na mente é a vantagem esportiva, ou seja, é a vantagem em poder jogar na sua casa, ter o mando do jogo. Esta vantagem com certeza é muito relevante para o aspecto competitivo.
Conseqüentemente com o mando de campo o clube tem a primeira vantagem econômica, que é a arrecadação da bilheteria a seu favor, bem como a economia de não ter que pagar um aluguel para jogar.
Complementando as vantagens econômicas, o clube adquire com sua arena o poder de gerar receitas em dia de jogo, gerando as chamadas “receitas de matchday”, ou seja, aproveitando o grande fluxo de pessoas (torcedores/consumidores) no dia do jogo para vender produtos variados em espécies e valores.
Entenda-se como produtos variados:
– Alimentação, que engloba desde um sorvete vendido dentro da arena, até um jantar completo em um restaurante de alto padrão, como por exemplo um restaurante panorâmico.
– Produtos, sendo licenciados ou não, mas nunca esquecendo que os produtos oficiais do clube ganham um valor agregado para o torcedor/consumidor por terem sido adquiridos dentro da arena no dia do jogo X ou Y, valor este que em alguns casos confere no futuro ao produto comprado um valor intangível para o torcedor.
– Estacionamento.
O clube também gera recita na negociação com toda a publicidade no local da arena, englobando neste item o naming rights, que é a venda do nome da arena para uma determinada empresa.
Em dias em que não há jogo o clube pode ganhar em receitas gerando fluxo de pessoas no estádio para conhecer seu museu (ou memorial), fazer um “city tour” pela arena, consumir na praça de alimentação.
Outra fonte de receita para o clube é o aluguel de espaços, entendendo estes espaços como: cadeiras individuais, camarotes vips, salões de eventos.
Outro ponto de grande importância, e pouco notado, é a utilização da arena para valorizar os contratos de patrocínio, pois a arena acaba sendo uma ferramenta a mais oferecida aos seus patrocinadores para ser explorada. Aqui cabe até uma indagação: será que o SPFC teria o patamar de contratos de patrocínios nos mesmos valores sem o Morumbi?
E por fim vejo mais um ponto de grande importância, e também pouco percebido, que é a composição na construção da marca do clube, contribuindo a arena para a valorização da marca.
A pergunta é interessante, Ortega, mas a resposta é mais complicada nos dias que correm.
Sem dúvida é interessante ter um estádio.
Os números do SP confirmam isso (é bom destacar que os números do Morumbi são engordados contabilmente com uma parcela dos direitos de TV, a que corresponde à publicidade estática no BR, que no caso do SP monta a pouco mais de 2 milhões).
Números que poderiam ser e que virão a ser ainda maiores.
Por outro lado, é preocupante essa “arenice” que parece tomar conta do país.
Uma arena razoável tem um custo até seu primeiro jogo de, pelo menos, 400 a 600 milhões de reais, confiando que tudo será feito com honestidade, etc, etc, etc.
Ou seja, estamos falando de algo entre 250 e 400 milhões de dólares, dinheiro de gente grande aqui, na Suíça, Japão e USA.
Com um agravante: até recentemente, o cara desembarcava aqui com “dez dólar” e estava feito.
Hoje, “dez dólar” está quase a mesma coisa que “dez real”. Com esse câmbio, injetar essa dinheirama toda em um campo de futebol…
Por mais valores que estejam agregados a ele…
Ainda acho improvável. Uma taxa de retorno considerada “decente” demanda um faturamento muito difícil de atingir.
Olá Emerson,
Eu também acho que esta onda de “arenice” não beneficia em nada o futebol, mesmo porque as pessoas que estão estimulando o mercado com este oportunismo não estão pensando no bem do futebol ou dos clubes, e sim no bem próprio.
Mas acredito sim em projetos bem estruturados, o mercado ainda esta carente de boas arenas, um bom projeto atrelado a um clube com uma torcida de media para grande, tem tudo para dar certo.
Quanto à taxa de retorno, permita-me discordar, no trabalho da pós-graduação que fiz juntamente com o Maurício e o Marcos também deste bog, ela pode ser bem atrativa, desde que o projeto seja equilibrado e se mexemos em alguns paradigmas, criando novas receitas e elevando algumas já existentes, não podemos fazer um calculo aplicando o cenário atual.
Abraço
Francisco Ortega C J
By: Emerson Gonçalves on 7/maio/2008
at 12:17 pm
O Projeto Arena do Grêmio prevê um investimento de R$270milhôes (aproximadamente 100 milhões de Euros), tendo uma previsão anual de receito de R$56milhões.
O interessante no caso do Grêmio é trocar um estádio com custo anual de aproximadamente R$4milhões por um que rende para o clube com a parceria R$36,4milhões (65%).
Pelos investidores que estão mostrando interesse, a maioria é europeu. Empresas que trabalhan com Euro. A relação cambial ainda os favorece.
Porém, no caso do Grêmio a Odebrecht (empresa nacional) ofereceu proposta.
Olá Thiago ,
Ao meu ver não cabe muito discutirmos o peso do dinheiro (dólar, real ou euro), pois um bom projeto sempre terá interessados em investir.
Acredito ser este o caso do Grêmio, ao que tudo indica é um excelente projeto e com certeza não faltarão investidores nacionais e estrangeiros.
Abraço
Francisco Ortega C J
By: Thiago Karan on 7/maio/2008
at 4:45 pm
Francisco, alguns adendos ao comentário do Emerson.
Se a taxa de câmbio desfavorece o investimento, já que o Real está “mais caro” em relação ao dólar, por outro lado favorece na projeção de receitas para a remuneração do investimento.
As taxas de retorno para investimento no Brasil ainda são bastante altas com relação às taxas “civilizadas” do primeiro mundo, tendo como parâmetro para investimento os juros reais altos do país. Aliado ao “investment grade”, esse é um fator importante na atração de investimentos.
As receitas, segundo nos disse uma vez o sócio-proprietário da WTorre, devem vir fundamentalmente para o investidor dos eventos gerados em dias sem jogos. Segundo ele, a chave do sucesso é desenvolver uma estratégia de realização intensiva de eventos cotidianos (algo muito diferente de realizar um show a cada dois ou três meses). Pelo que sentimos no mercado, um pay back em torno de dez anos seria excelente para esses investidores.
Enfim, a análise de viabilidade do negócio deve levar em conta um cenário muito diferente do atual, com uma porcentagem de assentos com preços elevados e receitas derivadas de serviços que hoje não existem (o estacionamento é um exemplo).
Mauricio Bardella
Grande Maurício,
Com certeza, este é exatamente o meu pensamento.
Tudo acontecerá se levado em conta um cenário totalmente diferente do que ocorre nos dias de hoje.
Um novo conceito, este deve ser o fator principal para a criação de um novo cenário, com receitas maiores e mais diversificadas.
Abraço
Francisco Ortega C J
By: Maurício Bardella on 7/maio/2008
at 4:58 pm
Olá Francisco!
Gostaria de expor uma opinião, que sei que não é só minha.
Visualisando a administração de arenas esportivas na Europa, percebemos que muitas coisas precisam funcionar em conjunto para o retorno ser no mínimo razoável.
A análise feita ontem pelo Diário Lance! mostra que a primeira dificuldade que precisa ser superada é a satisfação básica do torcedor: Chegar ao estádio com tranquilidade, comprar seu ingresso sem apanhar, encontrar seu lugar no estádio, poder comprar algo para beber e comer no intervalo sem perder o começo do segundo tempo, e sair do estádio, vitorioso ou derrotado, com tranquilidade.
Primeiro precisamos suprir as necessidades básicas do ser humano no seu momento de entretenimento, para depois vender auto-estima, confiança e conquista, com produtos licenciados, ações de relacionamento, venda de pacotes de ingressos e demais ações.
Os estádios só enchem pela paixão, pois para a maioria dos torcedores, vale o sofrimento para ver o time jogar. Imagine quando conseguirmos unir essa paixão com comodidade que temos em uma peça de teatro, cinema ou shows de música.
Obrigado pelo espaço.
Abraços
Leonardo Gerodetti
Olá Leonardo,
e obrigado você pela participação,
Eu concordo em tudo com você, não existe o segundo passo sem cumprir as necessidades básicas do ser humano “torcedo”.
Por isso que sempre comento, os clubes que já possuem seus estádios poderiam iniciar esta mudança, oferecendo estas necessidades básicas para os freqüentadores/clientes.
Abraço
Francisco Ortega C J
By: Leonardo Gerodetti on 7/maio/2008
at 5:05 pm
Que é um ótimo negócio ter seu próprio estádio não se discute. Com relação ao custo, acredito que com organização um clube no Brasil consegue construir sua própria Arena.
Um belo exemplo é o Atlético-PR que vem fazendo um trabalho de formiguinha e construindo seu estádio.
Mas com a Copa do Mundo, tem muita gente por aí que está de olho em uma generosa verba governamental para “ter” seu estádio.
Vide o exemplo Engenhão/Botafogo.
Abraços,
Olá Nicolas,
Você tem toda razão, seus dois exemplos foram muito pontuais, o CAP é um bom exemplo de trabalho estruturado e o Engenhão é o exemplo de “farra do boi” com dinheiro público (sempre gosto de consignar que o Botafogo não teve nada haver com isso).
Eu defendo que esta onda de “arenice” como mencionou o Emerson, deve ser interpretada pelo lado bom do futebol, em abrir novas oportunidades de negócios, sem a participação do setor público.
Abraço
Francisco Ortega C J
By: Nicolas on 7/maio/2008
at 5:44 pm
Enquanto eu escrevia sobre os “dez dólar” pertinho dos “dez real”, Maurício, eu pensei nessa contrapartida: mais facilmente e mais rapidamente, mais dólares poderão pegar o caminho de volta.
O problema todo é que eu ainda ando com o pé meio atrás.
Apesar de vários de nossos fundamentos irem bem, obrigado, apesar do fantástico desempenho de nossa agropecuária (apesar desse e de todos os outros governos), o sustentáculo real dessa estabilidade e desempenho comercial. apesar disso tudo, enfim, meu pé continua meio atrás e uma pulga atrás da orelha.
Continuo achando temerárias as projeções de retorno para estádios, tal como vi nos arrazoados gremistas e corintianos.
Parece fácil demais, tão fácil que, a mim, gera desconfiança.
Bom, talvez seja só pessimismo de minha parte. Tomara.
Caro Emerso,
Como já mencionado, temos que levar em conta um novo cenário, não podemos fazer contas e projeções com o cenário atual.
Abraço
Francisco Ortega C J
By: Emerson Gonçalves on 7/maio/2008
at 7:31 pm
Olá Emerson, pelo que acompanhei nas reportagens, a construção dos estádios, seriam a custo zero para os clubes.
As construtoras terão o retorno sobre o investimento na venda de camarotes e cativas, além de explorar o nome do estádio por um período. Claro que o retorno para os clubes será a longo prazo, mas é altamente benéfico pois não precisará desembolsar 1 centavo se quer.
Dessa forma, vejo a iniciativa como algo próspero aos clubes que atualmente depende exclusivamente da venda de jogadores para fechar o caixa.
Abraços,
Olá Sergio,
Este é um dos modelos que vem sendo apresentado, e também acho benéfico para os clubes, principalmente porque não irão colocar um centavo.
Abraço
Francisco Ortega C J
By: Sergio Mattos on 8/maio/2008
at 1:10 pm
Francisco,
o tema é de fato bastante interessante. Gostaria de saber se algum de vcs sabe se existe algum artigo acadêmico que discuta a racionalidade do investimento em arenas esportivas. Ou seja, um trabalho que responda se o Valor Presente Líquido de um estádio é positivo.
um abraço,
Olá Marcelo,
Eu posso lhe dizer que o TCC-Trabalho de Conclusão de Curso da pós-graduação em Administração e Marketing Esportivo na ESPM que fiz juntamente com os amigos e companheiros do blog Maurício e Marcos, contempla este tema e no ano que concluímos 2006, fomos os únicos a abordá-lo.
Abraço
Francisco Ortega C J
By: Marcelo Bastos on 12/maio/2008
at 6:06 pm
Ola…
estou a trabalhar num projecto de uma arena, na verdade busca-se um conceito de estadio de pequeno porte aliado ao conceito das grandes e milionarias arenas ao redor do mundo.
Acredito q qq clube hj em dia deva pensar nesta possibilidade…é viável e estou a provar isso!
Assim comosemore acreditei q os terminais urbanos de onibus poderiam ser tao equipados e prestativos como sao os aeroportos…mas enfim isso eh uma outra discussao
Caso alguem conheça ou tenha acesso a detalhes de projetos de estadios ou arenas desportivas e puder compartilhar comigo ficaria muito agradecido
Abraço e sucessos a todos
By: chapa on 29/maio/2008
at 10:31 am
Tenho a grande convensao que oque foi aqui relatado, espelha a realidade dos que fizeram tendo em conta a competiçao economica dos seus Paises; mas ca em Moçambique a realidade seria outra. ora vejamos existe um grande Clube desportivo completo com sala de Cinema, Piscina de Nataçao, Esplanada para musica, campo de Futebol 11 e campo de basquete bol e futsal. Algo completomas no sentido de infra estrutura mas que esta degradando num olhar impavido do governo/municipio do Distrito de Mocuba, Provincia da Zambezia e no Pais de Moçambique.
Seria algo que traria varios tipos de riqueza se eu tivesse Parceria de um clube da Europa ou Um grupo de Emprezario com Fundos Para Reablitar o burro de campo de Futebol 11 e as respectvas Bancadas assim como as redes e balnearios. campo de basquetbol e futsal repor o pavimento redes, balizas, tabelas e Lampadas alfotes. Na Piscina trocar o ajulejo ou Muzaicos das paredes e o Fundo incluindo o sistema de esgotos dreno de agua incluindo as bombas de agua enquanto que a esplanada musical mereceria de pinturas e Luzes proprias, ai tenho certeza que para alem de formar muitos Jovens que fazem o nivel secundario e ficam sem algo para lhes ocupar teriam seus Orizontes definidos porque sao tantos sem valores munetario gosta de jogar sem condiçoes nenhumas humanas e uma epoca depois arecadaria muntos fundos porque o cidadao em si gosta das modalidades aqui referidas ver afussionar. quanto a mim, reblitaria muitas crinças Orfans ja que meu perfil a dez anos trabalhu nos Projectos Comunitarios Ligados a Saude e ela tambem inclue desporto.
Em anexo tem ai uma foto de Crianças Orfans e Vulneraveis e a outra de jovens que mesmo sem condiçoes praticam futebol que eu gostaria de ajudar.
By: Alfredo Mujaide Maulate on 17/março/2009
at 7:05 am
Prezados senhores, procuro um investidor que tenha interesse em investir na área esportiva. Temos um terreno localizado na cidade de Pouso Alegre sul de Minas. o local e de ótima localização de fácil acesso próximo a Poços de Caldas, Varginha, Três corações, Itajubá, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Nossa intenção é construir um estádio de futebol, quadras de tênis, de vôlei entres outras espaços esportivos que estão carentes na região. Interessados entrar em contato: 35 9968 8818 falar com Reginaldo.
By: REGINALDO LIMA on 3/agosto/2009
at 3:31 pm
Olá senhor, aqui Arbab yar asfand da indústria moldart senhor .. Eu tenho oferta muito boa para você assentos plásticos para estádios de futebol e outros lugares onde você pode colocá-lo .. e os preços muito baratos … Recentemente eu vi os preços das indústrias brazlian .. eles são muito caro, então meus bancos .. meus lugares são a exportação de Turquía IMSA .. primeiro você vai ver a nossa amostra, em seguida, iremos detalhar
By: arbab asfand yar on 29/março/2011
at 1:44 pm
ola sou odair ramos e resido nun bairro de são vicente em cabo verde, sou um jovem muito activo na minha comunidade e faço parte algumas associações entre as quais destaco a associação de pais e encarregados de educação da escola desta localidade e junto desta escola temos um terreno muito grande onde as cianças e não só praticam futebol e dentro dos projectos da associação temos o sonho de transformar aquilo num belo campo de futebo com bancadas, relvado, balnearios e espaço para outras actividades, tendo em conta o numero de jovens que praticam essa modalidade, seria uma mais valia porque temos 5 equipas neste momento:
*juvenis
*sub-15
*sub-17
*futebol femenino na sua 3ª eppoca classificou-se em 4º lugar no campeonato regional que é muito competitivo com 10 equipas de bom nivel
*velhas glórias.
e tensionamo ja criar uma escola de formação para os mais pequenos
penso que o desporto e o desenvolvimento das condições para a sua pratica é a melhor forma de manter os jovens afastados dos males sociais como as drogas e o uso do alcool, melhorando assim as condições de vida da população.
mas para a implementação deste projecto de pendemos de financiamentos a fundo perdido pois a associação não tem meios financeiros para por em pratica esse tão ambicioso projecto.
gostaria de receber opiniões acerca do assunto. em bik_0km@yahoo.com
muito obrigado
By: odair ramos são vicente cabo verde on 2/julho/2011
at 12:07 pm